Pela profundidade com que o WhatsApp se enraizou na vida do brasileiro, preocupar-se com a privacidade durante o uso do app é algo importante. Abaixo, explicamos quatro configurações que ajudam a usar o app mais popular do Brasil se expondo menos.
1. Criptografia de ponta a ponta
A primeira coisa que você precisa saber é que, em abril de 2016, o WhatsApp ativou a criptografia de ponta a ponta para todos os seus usuários – hoje, esse número está em 1,2 bilhão de pessoas.
Atualização do WhatsApp traz criptografia avançada para mensagens
Entenda como funciona a criptografia do WhatsApp
Criptografia de ponta a ponta significa que as mensagens só podem ser lidas por quem as envia e quem as recebe. Em trânsito, inclusive quando estão nos servidores do WhatsApp/Facebook, essas mensagens são codificadas, o que as tornam ilegíveis para qualquer um que porventura consiga interceptá-las. Nem mesmo os funcionários do WhatsApp têm acesso ao conteúdo das mensagens.
Note, porém, que a criptografia de ponta a ponta só contempla as mensagens. Metadados, ou seja, informações referentes aos dispositivos usados, contatos que conversaram, locais e horários de acesso, não são codificadas e podem ser cedidas a terceiros em situações especiais, previstas na política de privacidade, como quando requisitadas pela Justiça.
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2. Desative o recibo de leitura
Em novembro de 2014, o WhatsApp ativou o recibo de leitura, aquele tique duplo azul nas mensagens. A mudança de cor indica que o destinatário abriu a conversa leu a sua mensagem. Muita gente acha cômodo, mas um bom número de pessoas se sente incomodado com isso.
Para desativar o tique duplo azul, entre em Ajustes, depois em Conta e, por fim, em Privacidade. Lá dentro, desmarque a opção “Recibos de Leitura”.
Apenas atente ao fato de que desativar o recurso vale para mensagens recebidas e enviadas (ninguém saberá se você leu ou não, da mesma forma que você não saberá se seus contatos leram suas mensagens), e que ele não atinge os grupos, que continuarão entregando os usuários que já leram as mensagens, mesmo aqueles que desativarem esse recurso.
3. Visto por último
De pouco vale a opção anterior se esta, que fica na mesma tela, for mantida ativada. O “visto por último” exibe, na tela da conversa, o horário em que o contato abriu o WhatsApp pela última vez. Cruzando esse dado com o horário do envio da última mensagem, é fácil deduzir se alguém está te ignorando.
Para impedir isso, na mesma tela Privacidade, toque em Visto por Último e marque “Ninguém”.
Da mesma forma que o recibo de leitura, ao impedir que os outros vejam a hora em que você esteve online, você também perde o direito de ver quando os demais estiveram online.
4. Restringir acesso de estranhos à foto
Continue na mesma tela. Abaixo do “visto por último”, existem as opções “foto do perfil”, “recado” e “status”. Elas se referem à sua foto, à mensagem que fica atrelada ao seu perfil e ao Status, o clone do Snapchat do WhatsApp.
Nos dois primeiros, “foto de perfil” e “recado”, além do “visto por último”, existem três opções: todos, ninguém e somente contatos. É uma boa ideia limitar a foto e o recado apenas a contatos.
No Status, as opções são diferentes: todos os contatos, que é padrão; “meus contatos exceto...”, que funciona por exclusão, ou seja, todos os contatos, menos os inclusos ali; e “compartilhar somente com...”, que limita a exibição das fotos e vídeos temporários apenas aos contatos que você quiser.
5. Ative as notificações de segurança
Entre em Ajustes, Conta e, depois, Segurança. Existe apenas uma opção aí, desmarcada por padrão, que é a “exibir notificação de segurança”. Marque-a.
Com ela ativada, sempre que o código de segurança de um contato mudar, você será avisado no meio da conversa. O código de segurança muda sempre que o chip é colocado em um celular novo ou o WhatsApp é reinstalado.
Isso é importante porque se um terceiro tomar o controle da conta de um contato seu e tentar se passar por ele, você saberá que algo mudou. Casos de estelionatários que desativam o chip da vítima e o reativam em um aparelho para pedir transferências bancárias se passando por ela já foram observados no Brasil. Essa opção, ativada, mitiga esse risco.
Dica bônus: Mude para o Signal
O Signal é um aplicativo que se parece muito com o WhatsApp, mas foi criado e é mantido por uma empresa sem fins lucrativos, a Open Whisper System. A mesma, aliás, responsável pelo protocolo de criptografia de ponta a ponta do WhatsApp.
A diferença é que o Signal inclui na criptografia os metadados, que no WhatsApp são desprotegidos. E por não ter interesses comerciais, não tem motivação para repassar os dados que tem dos usuários a terceiros. Os metadados do WhatsApp são usados para direcionar anúncios e sugestões de contatos no Facebook desde setembro de 2016.
Convencer familiares, amigos e colegas de trabalho de trocarem o WhatsApp pelo Signal é difícil, mas é um esforço válido. O app é gratuito e tem versões para Android e iPhone.
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