A Amazon anunciou, hoje (16), a compra da rede de mercados focada em alimentos saudáveis Whole Foods. O custo da operação, que ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores e dos acionistas da Whole Foods, é de US$ 13,7 bilhões.
LEIA MAIS notícias de negócios e tecnologia
Embora pareça, à primeira vista, uma aquisição inusitada, a Whole Foods se encaixa na estratégia da Amazon de dominar todos os segmentos possíveis do varejo e por compartilhar algumas obsessões com a sua nova dona, como o foco no cliente e logística impecável.
Esta é, de longe, a aquisição mais custosa já feita pela Amazon, segundo o site norte-americano Recode. Antes, a maior havia sido a da Zappos, loja de sapatos e acessórios, por US$ 1,2 bilhão, em 2009.
Johm Mackey, cofundador e CEO da Whole Foods, disse em comunicado que a parceria representa “uma oportunidade de maximizar o valor dos acionistas da Whole Foods e, ao mesmo tempo, estende a nossa missão e leva a uma experiência, conveniência e inovação da mais alta qualidade aos nossos clientes.”
Mackey continuará no cargo e a sede da Whole Foods, que segue operando de maneira independente, permanecerá em Austin, no Texas. Analistas comentam que, além do ingresso na área de vendas de frutas e verduras, a rede de distribuição e os pontos de vendas, mais de 430 espalhados por Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, podem ter pesado a favor da aquisição.
A Whole Foods tem 91 mil funcionários e, em 2013, faturou US$ 12,9 bilhões, com lucro líquido de US$ 551 milhões.
Domínio
As listas de aquisições e do número de segmentos em que a Amazon atua são enormes, e vão dos tradicionais livros, que deram origem à loja nos anos 1990, até a fraldas, transmissão de streaming de jogos (Twitch) e sapatos (Zappos).
A Amazon também tem uma veia tecnológica forte. Alguns produtos, como o leitor de livros digitais Kindle e o alto-falante inteligente Echo, dominam suas respectivas áreas. A AWS (Amazon Web Services), um conjunto de soluções na nuvem para serviços de Internet, é líder de mercado mesmo concorrendo com gigantes da tecnologia como Google e Microsoft.
A empresa também investe muito na experiência do usuário, às vezes chegando a desenvolver soluções extremas como os botões Dash, um tipo de ímã de geladeira que, ao ser pressionado, faz o pedido do produto correspondente – há Dashes de sabão em pó, pasta de dente e energético.
No podcast da Nova Economia, falamos sobre a experiência Amazon nos Estados Unidos. Ouça: