A pouco menos de um mês para a Black Friday, as grandes redes varejistas on-line estão ajustando os últimos detalhes de infraestrutura, tecnologia e acordos comerciais para o dia de promoções. A preparação para o evento deste ano, que acontece no dia 24 de novembro, começou no início de ano, se intensificou a partir do segundo semestre e segue até as últimas horas que antecedem a data. O objetivo é ter um site funcionando, capaz de processar todos os pedidos, e promoções que atraiam o consumidor.
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A Black Friday começou no Brasil há seis anos e vem se consolidando como umas das principais datas sazonais para o comércio eletrônico. No ano passado, as vendas on-line durante o período de promoções cresceram 17% e chegaram a R$ 1,9 bilhão, equivalente a 13 vezes a média de um dia comum. O valor arrecadado respondeu por 4,3% de todo o faturamento do comércio eletrônico brasileiro em 2016 e ultrapassou datas importantes como Dia das Mães e Dia dos Namorados. Os dados são do relatório WebShoppers, do e-bit.
Para este ano, as vendas do comércio eletrônico durante a Black Friday devem chegar a R$ 2,5 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A associação acredita que os consumidores farão mais de 10 milhões de pedidos, com tíquete médio de R$ 246. As categorias mais buscadas devem ser Informática, Celulares, Eletrônicos, Moda e Acessórios e Casa e Decoração.
Tecnologia
Para dar conta de toda essa demanda, as grandes redes aumentaram a sua infraestrutura tecnológica e estão fazendo diversos testes que para os sites funcionem normalmente mesmo com o alto fluxo de acesso e pedidos. É o caso da Via Varejo, dona da Casas Bahia, Pontofrio e do e-commerce do Extra, que começou a planejar as ações da Black Briday em março e que desde maio se reúne periodicamente para fazer testes em seus sites.
A companhia aumentou a sua infraestrutura tecnológica em 30% para atender a Black Friday. Isso incluiu a compra de servidores de alta densidade, armazenamento de dados e rede de larga escala, infraestrutura que continuará depois da sexta-feira de promoções. A empresa, pela primeira vez, também contratou um serviço na nuvem para armazenamento das informações. Esse serviço será acionado caso a infraestrutura física existente não dê conta do volume de acesso e pedidos.
Julio Duram, diretor de TI da Via Varejo, afirma que os investimentos são necessários devido ao pico de acessos durante as mais de 24 horas de promoções. “As vendas de Natal são distribuídas ao longo dos dias que antecedem a data. Já na Black Friday, isso não acontece. Na quinta-feira à noite, quando se tem as principais ofertas e estoque alto, a gente começa a ter um pico muito grande de acesso.”
E, para garantir que todo o aparato tecnológico por trás dos e-commerces funcione, a Via Varejo fez fazendo testes de carga quinzenalmente desde maio em seu site. Neste mês, a poucas semanas da Black Friday, os testes ficaram diários. A equipe de Tecnologia da Informação (TI) da companhia escolhe um horário durante a madrugada e coloca softwares robôs para simularem uma grande carga de pedidos, maior do que o esperado durante a Black Friday. Depois, os técnicos medem o desempenho do site e corrigem os problemas.
Promoções
Além da parte tecnológica, as grandes redes de varejo também se preparam para tentar oferecer as melhores promoções aos consumidores. No Mercado Livre, a negociação com os vendedores é a etapa mais importante na preparação para a Black Friday. A companhia atua no modelo de marketplace, ou seja, empresta a sua plataforma para que vendedores terceiros (pessoas físicas e jurídicas) anunciem seus produtos. Em troca, recebe uma comissão por cada venda fechada dentro do seu site.
O Mercado Livre fez uma curadoria dos produtos que vão participar da Black Friday e depois foi atrás dos vendedores que podem oferecer as melhores condições. Quem oferece a melhor condição de preço, de estoque e prazo de entrega ganha destaque dentro do site do Mercado Livre durante a Black Friday.
“A gente trabalha muito forte com esses vendedores fornecendo muito conteúdo e informação. Queremos que eles estejam preparados em termos de estoque. Uma vez que a gente consegue garantir todo esse estoque, vamos para a parte de preço, mostrando o nosso potencial real de venda para a data”, afirma Daniel Aguiar, Gerente de Marketing do Mercado Livre no Brasil.
As negociações para que os vendedores do Mercado Livre ofereçam o melhor preço começaram entre junho e julho e seguem até durante o evento. “Uma vez que a gente identifica que o produto não está dentro do desconto adequado, a gente tira da pagina da Black Friday. Uma vez que nosso vendedor não oferece, a gente vai atrás de outro que oferece a melhor condição.”
A companhia também investe em marketing off-line o on-line para atrair muitos consumidores para o seu site. Segundo o Mercado Livre, em média, são feitas 6 mil buscas por segundo em seu site e nove vendas por segundo. Os números são ainda maiores na Black Friday, mas a empresa não abre essa informação. A companhia revela apenas que as vendas durante a última Black Friday cresceram 86% na comparação com 2015 e que a expectativa para este ano é dobrar o valor.
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