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| Foto: NetflixDivulgação

Conhecida por suas séries de sucesso como "House of Cards" e "Orange is the New Black" e por ser percursora de uma nova maneira de assistir televisão, a Netflix está prestes a dar mais uma tacada que abalará a indústria cinematográfica. O serviço de streaming deve lançar até o fim deste ano 40 novos filmes no seu catálogo.

A incursão audaciosa da Netflix na distribuição direta de filmes representa um desafio para o tradicional modelo de distribuição adotado há anos por Hollywood. Mas, apesar de provavelmente abalar novamente o mercado, analistas afirmam ser cedo para cravar qual será o futuro do ato de assistir um filme no cinema.

"Nós entendemos que a proposta de estrear filmes primeiro na Netflix é contrária ao tradicional modelo de Hollywood”, afirmou o serviço de streaming no seu relatório financeiro do segundo trimestre. “Mas, assim como mudamos e reinventamos o negócio tevê, colocando os consumidores em primeiro lugar e tornando o acesso ao conteúdo mais conveniente, acreditamos que podemos revigorar a indústria cinematográfica.”  

A Netflix produziu 16 filmes em 2016, menos da metade do que ela diz que fará este ano. Mas, além de aumentar o número de produções neste ano, o projeto de distribuição de filmes da empresa é o que realmente ameaça Hollywood, já que está no seu modelo de distribuição a sua principal fonte de riqueza. 

O estúdios cinematográficos tradicionais estabeleceram há muito tempo um sistema de exibição de filmes primeiro nos cinemas,  seguido meses depois pelo lançamento de DVDs. Mas, ao longo da última década, a presença dos consumidores nas salas de cinema diminuíram. 

"Ninguém vai ao cinema", disse Ross Gerber, presidente da Gerber Kawasaki, uma empresa de gestão de investimentos. “Há uma guerra em Hollywood neste momento e a guerra é o modelo de distribuição da Netflix versus o modelo de Hollywood", completa o analista. 

Ele acredita que a Netflix implantará um novo modelo em que seu clientes têm acesso a filmes recém-lançados, talvez por uma taxa única de US$ 40 ou como parte de uma assinatura premium mensal. 

Mas Patrick Corcoran, vice-presidente e chefe de comunicação da Associação Nacional de Proprietários de Teatro, duvida que a estratégia da Netflix funcione. Ele reconhece que os estúdios de cinema têm se concentrado em filmes de grande orçamento, reduzindo o mercado de filmes de médio alcance, mas acredita que a experiência de assistir a um filme continua única. 

Michael Pachter, analista de pesquisa da Wedbush Securities, afirma que a Netflix pode muito bem puxar a experiência do filme para um modelo sob demanda, da mesma forma que os DVD reduziram o período de tempo entre uma data de lançamento  e quando os filmes poderiam ser vistos em casa. "É bom dizer que o sistema mudará, mas muda gradualmente de 20 para 30 anos, não durante a noite", disse ele.

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