Renderização artística da base marciana da SpaceX| Foto: SpaceX/Divulgação

Por anos, Elon Musk tem se concentrado na construção de uma colônia em Marte. É por isso que ele fundou a SpaceX em 2002 e tem sido a força motriz por trás dessa ideia desde então.

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Mas durante um discurso em Adelaide, Austrália, na manhã desta sexta-feira (29), Musk disse que expandiu dramaticamente suas ambições já amplas. Além de ajudar a criar uma cidade no Planeta Vermelho, ele disse que o próximo foguete que ele pretende construir também será capaz de ajudar a criar um acampamento-base na Lua — e transportar pessoas pelo mundo todo. 

"É 2017, já deveríamos ter uma base lunar", disse ele no discurso de 40 minutos no Congresso Internacional de Astronáutica. "O que diabos aconteceu?" 

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Em uma reviravolta surpreendente, ele disse que o foguete maciço e a nave espacial, que teria mais espaço para passageiros pressurizados do que um avião A380 da Airbus, também poderia transportar passageiros para qualquer ponto da Terra em menos de uma hora. Viajando a uma velocidade máxima de quase 29 mil km/h, uma viagem de Nova York a Xangai, por exemplo, levaria 39 minutos, disse. O trecho de Nova York a Londres poderia ser feito em 29 minutos. 

"Se estamos construindo esse negócio para ir à Lua e a Marte, por que não ir a outros lugares também?", disse Musk. 

Veja o vídeo demonstrativo:

Viagens rápidas na Terra

O discurso foi vendido como uma atualização de um que ele fez há um ano, no qual forneceu detalhes de como a SpaceX tornaria a humanidade uma "espécie multiplanetária". 

No discurso de um ano atrás, Musk revelou um foguete gigante, tão ambicioso e tão enorme, que os críticos disseram que estava fora da realidade. Agora, ele e sua equipe na SpaceX fizeram algumas alterações e Musk apresentou um plano revisado para construir um foguete maciço, mas de tamanho razoável, que ele chama de BFR, ou Big [expletive] Rocket. 

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"Acho que descobrimos como pagar por isso; é um detalhe muito importante", disse. 

O novo sistema totalmente reutilizável inclui um estágio de impulsão e uma nave espacial capaz de transportar mais ou menos 100 pessoas. Ela poderia levar astronautas e cargas em uma série de missões ao redor do mundo, para a Estação Espacial Internacional na baixa órbita terrestre e para a Lua e Marte no espaço profundo. Também seria capaz de lançar satélites, disse ele, efetivamente substituindo todos os foguetes e espaçonaves que a SpaceX atualmente usa ou está desenvolvendo, tornando-os redundantes. 

Isso permitiria à empresa colocar todos os seus recursos no desenvolvimento do BFR, disse ele. 

No início deste ano, Musk anunciou que SpaceX levaria dois cidadãos a uma viagem ao redor da Lua até o final do ano que vem. E ele deu pistas de uma base da lua durante uma conferência em julho. 

"Se você quer que o público fique realmente animado com isso, acho que temos que ter uma base na Lua. Isso seria muito legal. E depois ir além e levar pessoas a Marte", disse. "Essa é a continuação do sonho da Apollo que eu acho que as pessoas realmente esperam". 

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Musk deixou claro que Marte ainda é o objetivo final. Durante sua palestra, um gráfico mostrou que a SpaceX planeja duas missões de carga para Marte em 2022, um cronograma muito ambicioso. 

"Isso não é um erro de digitação", disse ele, mas se permitiu dizer que “é uma aspiração". 

Em 2024, Musk disse que a empresa poderia enviar quatro outras naves a Marte, duas com passageiros humanos e duas com carga. 

A SpaceX levantou a indústria espacial e Musk, com seu status de celebridade, bravura e perspicácia empresarial, reavivou o interesse no espaço. A empresa, que ganhou mais de US$ 4 bilhões em contratos da NASA, foi a primeira comercial a enviar uma espaçonave para a Estação Espacial Internacional; antes, esse era um feito excluviso de governos. A SpaceX atualmente envia cargas para lá e também tem contrato com a NASA para levar astronautas, o que pode acontecer já no ano que vem. 

Mas, apesar de todos os seus triunfos, a empresa ainda não levou um único humano para o espaço, nem mesmo para a baixa órbita terrestre e muito menos Marte, distante a 225 milhões de quilômetros da Terra (embora os planetas fiquem a cerca de 56 milhões de quilômetros um do outro a cada 26 meses). 

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A viagem entre as cidades na Terra também enfrentaria obstáculos consideráveis. Além dos desafios tecnológicos, teria que haver aprovação de órgãos reguladores. 

O discurso de Musk aconteceu dois dias depois que a NASA anunciou que havia assinado um acordo com Roscosmos, a agência espacial russa, para estudar a exploração nas proximidades da Lua sob um plano chamado "Deep Space Gateway", que, eventualmente, levaria a um habitat perto da Lua. 

A Lockheed Martin também revelou um plano para a exploração do espaço profundo na quinta-feira, atualizando seu sistema "Mars Base Camp", um enorme laboratório em órbita. Agora, a empresa diz que também poderia construir uma plataforma capaz de chegar ao solo de Marte ou da Lua. A empresa disse que poderia lançá-la dentro de uma década em conjunto com a NASA.

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