O desafio das empresas na Consumer Electronic Show (CES), feira de eletrônicos que começa em Las Vegas, EUA, nesta segunda-feira (8), é superar o ceticismo do público nas aplicações domésticas de internet das coisas, como em geladeiras, fogões e despertadores conectados.
Em 2016, uma pesquisa da consultoria Gartner concluiu que três quartos dos americanos prefere ajustar manualmente a luz e a temperatura. A maioria não fazia questão de controlar portas e janelas via controle remoto.
Ainda assim, a edição de 2017 da CES, e, agora, a de 2018, continuam batendo nesta tecla. O Google se prepara para demonstrar que seu Assistente é melhor que a concorrente Alexa, da Amazon, para controlar os objetos conectados.
Ambas as empresas estão a postos em Las Vegas com campanhas agressivas de publicidade para convencer fabricantes de que seu hub de casa conectada — respectivamente, Google Home e Echo — é o melhor do mercado, e assim fechar parcerias com quem fabrica hardware.
No ano passado, Ford, Huawei e LG se associaram à Alexa, e o Google Home foi deixado para trás nas vendas ao longo de 2017. Neste ano, a LG deve anunciar uma TV com o Assistente, parte de uma campanha do Google para tomar uma fatia desse mercado.
Mas as aplicações práticas desses itens ainda não se consolidaram. Uma pesquisa da Experian, de 2017, constatou que menos de 30% de quem compra o Echo da Amazon usa o dispositivo frequentemente.
O efeito Pokemón Go, app de realidade aumentada que estourou em julho de 2016, também deve ressoar nessa edição da feira nas discussões sobre entretenimento, jogos e filmes. O presidente da Turner, divisão da Warner, e o da Hulu participam de uma mesa sobre a “reimaginação da televisão”, que deve tocar nesse assunto.
No setor de celulares, como a Apple participa pouco da feira e as empresas guardam suas novidades para a Mobile World Congress, em Barcelona, a expectativa é de que a chinesa Huawei e a coreana Samsung façam lançamentos modestos.
Crise dos chips
Às vésperas da feira, as gigantes da tecnologia também tentam convencer o público de que as falhas de segurança encontradas em quase todos os chips já fabricados podem ser resolvidas sem que seja necessário substituir os componentes físicos dos computadores.
As falhas, Spectre e Meltdown, se aproveitam de um sistema chamado execução especulativa. Quando operam, os microprocessadores, o cérebro dos aparelhos, “prevêem” qual será a próxima operação. Se acertam, eles seguem em frente. Se erram, eles jogam fora o “palpite”.
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Mas esses “palpites” jogados fora podem ser coletados para roubar os dados do computador, como se o hacker fosse alguém que vasculha o lixo em busca de documentos pessoais.
Desde que o problema foi divulgado, na semana passada, atualizações de software já foram lançadas por Google, Amazon e outras empresas, mas elas podem piorar o desempenho das máquinas e dos serviços de computação em nuvem de maneiras que ainda não estão claras.
O Spectre, mais difícil de resolver, mas também de ser explorada por hackers, afeta chips da Intel, AMD e ARM. Já o Meltdown, menos complexo de prevenir, é um problema dos chips da Intel.
Na CES, a AMD irá lançar a Radeon Vega Mobile, uma linha de chips gráficos para notebooks, nicho hoje dominado pela Nvidia. Outro anúncio esperado é uma nova versão da GPU Radeon Vega Instinct, o primeiro chip da AMD fabricado no processo de 7 nanômetros, com foco em aplicações de aprendizagem de máquina, outra área dominada pela rival Nvidia.
Já a Intel irá mostrar, em parceria com a Dell, um novo modelo do XPS 13, laptop top de linha, ultrafino, com um processador inédito e placa de vídeo potente da Nvida.
*A jornalista viaja a convite da AMD
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