A operação brasileira da varejista Amazon estaria prestes a dar um grande impulso em sua atuação local, segundo a Reuters. A agência apurou que a Amazon está transferindo as operações logísticas de Barueri para Cajamar, ambas no estado de São Paulo, e negociando a locação de um novo espaço de pelo menos 50 mil metros quadrados na mesma cidade.
A mudança das operações logísticas dos produtos que vende diretamente ao consumidor brasileiro (basicamente, livros) teria sido uma sugestão da Luft com o intuito de reduzir os custos logísticos. O local escolhido é o complexo de galpões Prologis Cajamar II, construído em 2014 e com 316 mil metros quadrados.
Em paralelo, a Amazon estaria negociando um espaço de 50 mil metros quadrados numa área vizinha, o Prologis Cajamar III, maior (485 mil metros quadrados) e mais novo (foi inaugurado em 2016).
Esse movimento pode ser um sinal de que a Amazon passará a vender outras categorias de produtos no país ou que lançará o chamado “Fulfillment by Amazon (FBA)”, um programa em que a Amazon se encarrega de armazenar e distribuir produtos de parceiros do seu marketplace visando maior eficiência. O modelo já é usado em outros mercados onde a Amazon atua de maneira similar à do brasileiro, como o México.
Cajamar fica a 50 quilômetros da capital paulista e, em seus complexos de distribuição, já abriga grandes nomes do varejo nacional e de distribuidoras, como Walmart, Samsung, DHL e DiCico. Segundo a Reuters, a Amazon se registrou na Prefeitura de Cajamar para exercer atividade econômica no município em 4 de outubro passado, e a migração das operações logísticas deve ser concluída ainda neste mês de fevereiro.
Competição
O comércio eletrônico no Brasil passa por um período de alta competitividade, com grupos como Magazine Luiza, B2W, Via Varejo e Mercado Livre disputando lojistas para seus marketplaces e a preferência do consumidor brasileiro, que já espera delas uma atuação omnichannel (harmonia entre lojas físicas e digitais).
A Amazon lançou seu e-commerce no Brasil em 2014, vendendo apenas livros e dispositivos Kindle. Em 2017, a empresa de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, abriu seu marketplace no país e passou a comercializar, através dele, eletrônicos, utensílios domésticos e materiais escolares e de escritório.
Procurada pela Reuters para se manifestar sobre o assunto, a Amazon informou que “não comenta especulações ou rumores”.
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