A Amazon estaria negociando com a Azul a entrega de mercadorias no Brasil, disseram fontes com conhecimento do assunto à agência Reuters. A negociação seria mais uma peça do quebra-cabeças que a varejista online norte-americana está montando para expandir sua operação no Brasil.
A Azul opera em mais de 100 aeroportos brasileiros e tem uma unidade de cargas, a Azul Cargo Express. Semana passada, a companhia anunciou o aluguel de dois aviões junto à Boeing a fim de “apoiar o rápido crescimento de sua unidade de negócios e carga”.
As conversas entre Amazon e Azul são o último — e um dos mais fortes — sinal de que a Amazon está se preparando para expandir sua operação no Brasil. A empresa atua no país desde 2012, mas, até agora, só comercializa diretamente livros impressos e alguns dispositivos próprios, como os leitores de livros digitais Kindle e o Fire Stick TV. Desde 2017, ela oferece um marketplace, onde outros lojistas podem comercializar seus produtos em cima da plataforma da Amazon.
Atualmente, a Amazon confia em parceiros logísticos para fazer a entrega de livros e dispositivos. A negociação com a Azul seria um passo firme no sentido de concentrar a operação e aumentar o volume de produtos despachados, mantendo a velocidade de entrega — um enorme desafio no Brasil, país de dimensões continentais e infraestrutura, como estradas, deficitária.
Amazon e Azul não quiseram comentar o tema. As fontes, segundo a Reuters , não souberam precisar se a Amazon estaria negociando com outras empresas — além da Azul, Latam e Gol também fazem o transporte aéreo de cargas no Brasil.
Desde fevereiro, a Amazon vem montando um quebra-cabeça que, cada vez mais, se parece com uma expansão da sua operação no Brasil. A empresa alugou um grande galpão, de 50 mil metros quadrados, próximo a São Paulo, e convidou vários fabricantes para discutir a estocagem e venda direta de produtos.