Os investimentos da Eletropaulo nos últimos anos foram insuficientes para manter a qualidade do serviço atualizada a novas tecnologias, segundo Carlo Zorzólio, presidente da Enel no Brasil.
Segundo ele, a italiana, que adquiriu 73% das ações da Eletropaulo na última segunda (4), fará investimentos de US$ 900 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões), em grande medida direcionados à digitalização da rede de distribuição da companhia paulistana. Com isso, a empresa espera garantir maior possibilidade de gerenciamento e medição da rede remotamente.
Entre 2015 e 2017, a Eletropaulo investiu, em média, US$ 224 milhões por ano.
A empresa também prevê a participação em mercados emergentes, como a geração de energia distribuída (feita em pequena escala, em casas, condomínios e empresas a partir de fontes renováveis) e infraestrutura para abastecimento de carros elétricos.
Segundo o executivo, investimentos do gênero feitos pela companhia no Rio de Janeiro levaram a uma redução de 31% nas interrupções de fornecimento de eletricidade no primeiro trimestre.
Sobre o preço pago pela Eletropaulo, de R$ 5,5 bilhões, o executivo diz considerar um valor justo, considerando os ganhos obtidos pelo trabalho em conjunto das duas empresas, permitirão a expansão da brasileira.
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Para financiar os investimentos e a expansão de capital de R$ 1,5 bilhões que a Enel fará na Eletropaulo, a companhia terá um empréstimo-ponte, com garantia com prazo de 9 a 18 meses. Os recursos serão captados em reais.
Segundo Zorzolio, a compra da Eletropaulo não deve impactar a tarifa de energia paga pelos consumidores, pois os preços são regulados.
A próxima revisão tarifária da Eletropaulo está prevista para julho.