O FaceApp, um aplicativo que usa redes neurais para modificar suas selfies de maneiras bastante peculiares, acrescentou, nesta quarta-feira (9), filtros prometem mudar a etnia dos usuários.
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Os filtros permitem que os usuários enviem uma selfie e selecionem um filtro asiático, negro, caucasiano ou "indiano". Considerando que apps do tipo há muito se esforçam para lidar com acusações de racismo, esses novos do FaceApp soaram como um avanço estranho da insensibilidade étnica que já permeia apps que trocam rostos e modificam o visual das pessoas.
Depois de inicialmente defender os filtros, o CEO do FaceApp, Yaroslav Goncharov, em uma declaração por e-mail enviada no final da tarde de ontem, que a empresa os eliminariam nas "próximas horas".
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Esta não é a primeira vez que o FaceApp lança e remove um filtro após acusações de insensibilidade étnica. Em abril, o FaceApp removeou um filtro "hot" depois que os usuários descobriram que ele estava esbranquecendo a pele. O app não usou um conjunto de dados suficientemente diverso enquanto treinava o filtro para defini-lo, o se traduziu, basicamente, no filtro tentando fazer com que todos ficassem mais brancos a fim de torná-los mais atraentes. A empresa se desculpou pelo ocorrido.
Os filtros de mudanças étnicas do FaceApp foram descobertos por um repórter do site Mic, que, ao contrário de mim, não havia excluído o app do celular depois de uma breve explosão de popularidade no início do ano. O FaceApp enviou uma notificação para os seus usuários sobre os novos filtros pela manhã como forma de promovê-los.
Na medida em que os apps de troca de rostos como FaceApp aperfeiçoam a transformação dos filtros, o debate sobre o que, exatamente, eles permitem se intensifica. Quando Snapchat lançou um filtro do cantor jamaicano Bob Marley, no dia 20 de abril de 2016, muitas pessoas criticaram, dizendo que o filtro era racista e desrespeitoso ao legado de Marley. (na ocasião, o Snapchat disse que o filtro foi desenvolvido com os detentores dos direitos sobre Marley.) Mais tarde, também no ano passado, o Snapchat lançou (e removeu) um filtro inspirado em "anime" que tinha algumas semelhanças com desenhos caricaturais racistas de asiáticos.
Em uma declaração anterior enviada à reportagem, Goncharov defendeu os novos filtros. "Os filtros de mudança étnica foram projetados para serem iguais em todos os aspectos", disse ele por e-mail. "Eles não têm nenhuma conotação positiva ou negativa associada. Eles são até mesmo representados pelo mesmo ícone. Além disso, a lista desses filtros é embaralhada para cada foto, então cada usuário as vê em uma ordem diferente".
Questionamos Goncharov se ele tinha um posicionamento àqueles que disseram que a mera existência dos filtros, e não a maneira específica pela qual eles eram executados, seria problemática. Ele respondeu com o anúncio de que os filtros seriam removidos do app.
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