Os governos brasileiro e espanhol anunciaram nesta semana uma parceria para a construção de um cabo submarino ligando a América do Sul até a Europa. Chamado de EllaLink e com 9,2 mil quilômetros de extensão, o novo cabo vai se juntar aos sete já existentes e aos oitos em fase de construção que passam pelo Brasil. Todos eles já são ou serão responsáveis por transmitir dados de internet e telefonia para diversas partes do país e do mundo.
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O cabo submarino EllaLink usará fibra ótica de última geração e terá 9,2 mil quilômetros de extensão. Ele custará US$ 206 milhões e será financiado pela estatal brasileira Telebras e pela empresa espanhola Eulalink. A construção ficará a cargo da Alcatel Submarine Networks (ASN), subsidiário do grupo Nokia. A expectativa é que a estrutura seja entregue em 2019.
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Ele sairá de Fortaleza, no Ceará, e chegará a Sines, em Portugal. Também terá extensões que passarão por Santos, São Paulo e Madri. Depois, será possível ampliar as extensões para Cabo Verde, Canaries e Madeira, na região do Oceano Atlântico e na altura do continente africano.
O EllaLink terá capacidade de 72 terabytes por segundo. O número é quase quatro vezes maior do que a atual capacidade de comunicação existente entre o Brasil e a Europa. Atualmente, há apenas um cabo submarino que liga o país ao continente europeu com capacidade de 20 terabytes por segundo.
Para que servem os cabos submarinos?
Os cabos submarinos são utilizados desde a década de 1850 para transmissão de informações. Como o Brasil é um país continental, muito deles foram construídos para ligar as diversas regiões da nossa costa litorânea. Mas há também cabos que ligam o Brasil ao restante do mundo, como aos Estados Unidos e a Europa.
As estruturas têm milhares de quilômetros e são construídas com base em várias camadas de aço, destinadas à proteção do equipamento, e alguns pares de fibras óticas, responsáveis por transmitir dados. A construção de um cabo demora anos e custa milhões de dólares. As operadoras de telefonia são quem normalmente demandam o projeto. Já o desenvolvimento e a construção envolvem, na maioria dos casos, parcerias governamentais.
A grande maioria das informações que são transmitidas via internet, por exemplo, passa por cabos submarinos. As informações saem do computador ou celular e são transmitidas para o modem. Depois, vão para o provedor de internet e, por último, caem nos cabos de transmissão. De lá, são entregues aos destinatários em questões de segundo. Outra forma de transmissão de dados é via satélite, mas essa é mais demorada.
Em todo o mundo, existem mais de 300 cabos submarinos que somam mais de 800 mil quilômetros. No Brasil, são sete em funcionamento e nove em construção, contando com o projeto do EllaLink.