Cabos submarinos são responsáveis por transmitir dados a diversas regiões do país e do mundo| Foto: Pixabay

Os governos brasileiro e espanhol anunciaram nesta semana uma parceria para a construção de um cabo submarino ligando a América do Sul até a Europa. Chamado de EllaLink e com 9,2 mil quilômetros de extensão, o novo cabo vai se juntar aos sete já existentes e aos oitos em fase de construção que passam pelo Brasil. Todos eles já são ou serão responsáveis por transmitir dados de internet e telefonia para diversas partes do país e do mundo.

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GALERIA: Veja os cabos submarinos em funcionamento no Brasil

O cabo submarino EllaLink usará fibra ótica de última geração e terá 9,2 mil quilômetros de extensão. Ele custará US$ 206 milhões e será financiado pela estatal brasileira Telebras e pela empresa espanhola Eulalink. A construção ficará a cargo da Alcatel Submarine Networks (ASN), subsidiário do grupo Nokia. A expectativa é que a estrutura seja entregue em 2019.

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GALERIA: Veja os projetos de cabos submarinos existentes para o Brasil

Ele sairá de Fortaleza, no Ceará, e chegará a Sines, em Portugal. Também terá extensões que passarão por Santos, São Paulo e Madri. Depois, será possível ampliar as extensões para Cabo Verde, Canaries e Madeira, na região do Oceano Atlântico e na altura do continente africano.

O EllaLink terá capacidade de 72 terabytes por segundo. O número é quase quatro vezes maior do que a atual capacidade de comunicação existente entre o Brasil e a Europa. Atualmente, há apenas um cabo submarino que liga o país ao continente europeu com capacidade de 20 terabytes por segundo.

Para que servem os cabos submarinos?

Os cabos submarinos são utilizados desde a década de 1850 para transmissão de informações. Como o Brasil é um país continental, muito deles foram construídos para ligar as diversas regiões da nossa costa litorânea. Mas há também cabos que ligam o Brasil ao restante do mundo, como aos Estados Unidos e a Europa.

As estruturas têm milhares de quilômetros e são construídas com base em várias camadas de aço, destinadas à proteção do equipamento, e alguns pares de fibras óticas, responsáveis por transmitir dados. A construção de um cabo demora anos e custa milhões de dólares. As operadoras de telefonia são quem normalmente demandam o projeto. Já o desenvolvimento e a construção envolvem, na maioria dos casos, parcerias governamentais.

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A grande maioria das informações que são transmitidas via internet, por exemplo, passa por cabos submarinos. As informações saem do computador ou celular e são transmitidas para o modem. Depois, vão para o provedor de internet e, por último, caem nos cabos de transmissão. De lá, são entregues aos destinatários em questões de segundo. Outra forma de transmissão de dados é via satélite, mas essa é mais demorada.

Em todo o mundo, existem mais de 300 cabos submarinos que somam mais de 800 mil quilômetros. No Brasil, são sete em funcionamento e nove em construção, contando com o projeto do EllaLink.

Veja imagens e mais informações sobre os cabos que passam pelo país (é possível ampliar os mapas clicando nas imagens):

Brazilian Festoon: cabo submarino de 2,5 mil quilômetros construído em 1996 para ligar toda a costa brasileira
America Movil Submarine Cable System-1 (AMX-1): cabo submarino de 17,8 mil quilômetros construído em 2018 e que liga o Brasil a América Central e parte dos Estados Unidos
South American Crossing (SAC)/Latin American Nautilus (LAN): cabo submarino construído nos anos 2000 com 20 mil quilômetros de extensão. Ele contorna toda a América do Sul.
GlobeNet: cabo submarino construído nos anos 2000 para ligar o Brasil a algumas regiões da América Central e do Norte. Tem 23,5 mil quilômetros de extensão.
Atlantis-2: único cabo submarino que liga o Brasil a Europa. Foi construído nos anos 2000 e tem 8,5 mil quilômetros de extensão.
South America-1 (SAm-1): cabo submarino de 2011, que contorna toda a América do Sul e passa também pela América Central. São 25 mil quilômetros de extensão.
Americas-II: cabo submarino de 8,3 mil quilômetros que liga a região Norte do Brasil à América Central e aos Estados Unidos.
ARBR: Cabo que vali ligar Las Toninas, na Argentina, a Praia Grande, no Brasil. Ficará pronto no fim de 2018.
Seabras-1: cabo de 10,8 mil quilômetros que ligará o Brasil aos Estados Unidos. Ficará pronto em junho de 2017.
Junior: cabo construído pelo Google de 390 quilômetros que ligará Santos ao Rio de Janeiro. Previsto para o segundo semestre de 2017.
EllaLink: cabo submarino de 9 mil quilômetros ligado o Brasil a Europa. Previsão é que fique pronto em 2019.
Tannat: previsto para o fim de 2017, cabo ligará o Uruguai ao Brasil. Extensão será de 2 mil quilômetros.
Monet: previsto para o terceiro trimestre de 2017, cabo tem 10,5 mil quilômetros de extensão e liga o Brasil aos Estados Unidos.
BRUSA: cabo submarino de 11 mil quilômetros ligando Brasil ao Estados Unidos e passando por Porto Rico. Previsto para 2018.
South Atlantic Inter Link (SAIL): cabo de 5,9 mil quilôemtros para ligar o Brasil ao continente africano. Previsão de ficar pronto em 2018.
South Atlantic Cable System (SACS): previsto para 2018, cabo ligará Fortaleza, no Brasil, a Luanda, na Angola. Serão pouco mais de 6 mil quilômetros.