O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra da Brasil Kirin pela Heineken. O órgão entendeu que a operação não causa concentração maior do que 20% no mercado nacional nem maior do que 50% nos regionais e, por isso, não gera preocupações concorrenciais. A aquisição criou a segunda maior cervejaria no Brasil.
Com a aquisição da Kirin, Brasil será maior mercado da Heineken no mundo
Além da marca principal, a Heineken já comercializava no Brasil os rótulos Kaiser, Bavária, Amstel, Sol, Desperados e Xingu. Já a Brasil Kirin é dona das cervejas Devassa, Schin, Baden Baden, Cintra e Glacial e a também atua no setor de refrigerantes e água mineral.
Ao anunciar a aquisição da Brasil Kirin, a Heineken avaliou que o negócio aumentaria o alcance da empresa pelo país. O grupo holandês pagou R$ 2,2 bilhões pela rede de 12 fábricas da concorrente, menos da metade dos cerca de R$ 6 bilhões investidos pela companhia japonesa, em 2011, para adquirir a Schincariol.
Com a Kirin, a Heineken passa a deter 19% do mercado nacional, segundo dados informados pela empresa holandesa com base em números da companhia de pesquisa Canadean. Com isso, ela passará a ser a segunda maior cervejaria do Brasil, deixando para trás o Grupo Petrópolis, com cerca de 15%, de acordo com dados da Nielsen. Na liderança absoluta, a Ambev segue com seus mais de 65% de participação.
Processos
A aquisição gerou descontentamento dos concorrentes. Além da Ambev e do Grupo Petrópolis, a Federação Brasileira das Associações dos Distribuidores Brasil Kirin (Febradisk) também entrou como interessada no processo de avaliação da compra da Braisl Kirin pela Haineken. Eles alegavam possível concentração de mercado. Mas a Superintendência do Cade entendeu que o negócio não gera concentração e autorizou a compra sem restrições.