O prato principal era esperado: um caminhão da Tesla. Prata, ele é capaz de rodar 800 km por carga de bateria, vai de zero a 100 km/h em 20 segundos e — se o frisson se justificar — promete transformar, sozinha, a indústria de caminhões de transporte de cargas. Chame-o de Tesla Semi.
Mas a sobremesa foi uma surpresa: um protótipo vermelho brilhante do mais novo Tesla Roadster, uma versão renovada do veículo de estreia da empresa, de 2008, capaz de ir de Los Angeles a São Francisco e voltar com uma carga e que vai de zero a 100 km/h em menos de dois segundos.
Se isso for verdade, este esportivo de US$ 200 mil será o carro comercial mais rápido já feito.
Na noite desta quinta-feira (16), o CEO da Tesla, Elon Musk, entregou os dois pratos a uma multidão no estúdio de design da empresa em Hawthorne, Califórnia.
Depois de semanas de manchetes decepcionantes sobre as denúncias de racismo na principal fábrica da empresa e o lançamento apático e aquém das expectativas do primeiro sedan do mercado de massa da Tesla, Musk voltou a fazer a única coisa em que ele talvez seja melhor do que qualquer outra pessoa no Vale do Silício atualmente: grandes e sonhadoras promessas, incluindo a de que existe uma maneira de trazer essa visão dinâmica de futuro à vida.
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“Como é a sensação de dirigir este caminhão?" Musk perguntou ao público, pouco depois de suas últimas criações serem apresentadas no palco. "É incrível! É suave, assim como dirigir um Tesla".
"É diferente de qualquer caminhão que você já tenha conduzido", ele acrescentou, observando que o grande veículo da Tesla coloca o motorista no centro da cabine, como num carro de corrida, mas cercado com telas sensíveis a toques como as encontradas no Model 3. "Eu consigo dirigir isso e não tenho ideia de como conduzir um caminhão".
A ansiedade desencadeada da autonomia sempre foi uma preocupação fundamental àqueles que pensam em comprar um veículo elétrico. Musk procurou tranquilizar os potenciais compradores, dizendo que as grandes máquinas da sua empresa podem igualar — e superar — o desempenho de um motor diesel, que ele chamou de "suicídio econômico”.
Musk não revelou o preço exato do caminhão, mas argumentou que um caminhão com motor a diesel seria 20 centavos de dólar mais caro por quilômetro rodado do que a contrapartida elétrica da Tesla, que estará disponível para compra em 2019.
Um caminhão da Tesla totalmente carregado, trafegando a 100 km/h, pode viajar 800 km com uma única carga de bateria, disse Musk. A maioria das rotas de caminhões tem menos de 400 km, lembrou o executivo. O caminhão inclui quatro motores independentes e não tem engrenagens ou transmissão, o que significa que exigirá menos manutenção. Ele garantiu que o caminhão não quebrará antes de atingir 1,6 milhão de quilômetros.
"Enquanto estiver descarregando, você poderá recarregar [a bateria]“, disse Musk, argumentando que os motoristas precisarão fazer uma pausa após seis ou sete horas de condução, dando-lhes a chance de recarregar o caminhão. "No momento em que terminar o seu intervalo, o caminhão estará pronto para partir. Você não ficará esperando pelo seu caminhão".
Nem todo mundo comprou a visão de Musk apresentada na noite de quinta-feira.
De acordo com a USA Today, Allen Schaeffer, diretor executivo do Diesel Technology Forum, emitiu uma declaração dizendo que "o diesel é o motor de combustão interna mais eficiente em termos de energia… As aspirações e previsões para novos combustíveis e tecnologias são altas, mas devem ser avaliadas no contexto da realidade".
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