O dia foi de estreia das ações do Carrefour na Bolsa brasileira. A varejista francesa abriu capital no país nesta quinta-feira (20), ao comercializar os seus papeis a R$ 15 e movimentar R$ 5,125 bilhões, considerando os lotes primário (ações novas) e secundário (papéis detidos por atuais sócios). As ações, porém, fecharam com queda de 0,67%, sendo negociadas a R$ 14,90.
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Apesar da baixa, que ao longo do dia chegou a 4,3%, o mercado financeiro considera a estreia do Carrefour bem sucedida. “Em um dia sem volume, com Bolsa fraca, o Carrefour conseguiu fazer uma oferta grande vingar. É uma operação de sucesso sim, porque em um dia ruim a empresa conseguiu colocar de pé o maior IPO dos últimos tempos”, afirma Adeodato Netto, estrategista da Eleven Finacial.
Os papéis do Carrefour atraíram um grande volume de negociações na Bolsa nesta quinta: mais de R$ 500 milhões. Como comparação, o giro financeiro no Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, foi de R$ 5,85 bilhões.
A abertura de capital da companhia francesa também marcou o maior IPO do Brasil dos últimos quatro anos. A empresa movimentou R$ 5,125 bilhões, o maior valor desde a estreia do BB Seguridade, do Banco do Brasil , em abril de 2013. Na época, o banco levantou R$ 11,5 bilhões.
O dinheiro captado com a abertura de capital deve ajudar o Carrefour a quitar suas dívidas. Com isso, a maior rede supermercadista do país, com faturamento de R$ 49,1 bilhões, deve conseguir caixa para financiar sua expansão pelo país.
O empresário Abilio Diniz, que é acionista e membro do Conselho do Carrefour, discursou durante a cerimônia que marcou o IPO da empresa. “Quando nós começamos a trabalhar nesse IPO, durante todo o processo e mais recentemente, tinha gente que dizia: ‘vocês estão malucos, vão fazer um IPO dessa dimensão neste Brasil de hoje?’ E nós estamos fazendo.”
A abertura de capital do Carrefour Brasil, que se concretizou nesta quinta-feira (20), vem sendo especulada no mercado desde 2011. Na época, Abilio, ainda no comando do Pão de Açúcar (GPA), tentou se fundir ao Carrefour. A tentativa de fusão acabou frustada e Abílio teve que comprar 10% ações do Carrefour em 2014 para se tornar sócio e conselheiro da varejista francesa.
“Eu estive do outro lado [quando era presidente do GPA], sempre admirei e copiei o Carrefour. Copiar para procurar fazer melhor, procurar bater, procurar ganhar no jogo. Sempre admirei e agora tenho a possibilidade de ajudar neste projeto”, disse, em referência aos anos em que ergueu o Pão de Açúcar no Brasil, até deixar a operação após disputa com os sócios do grupo Casino em 2013.
“Eu fiz o primeiro IPO de empresa de distribuição de varejo no Brasil em 1995. Companhias de capital aberto têm muito mais clareza. O mercado nos vigia, ajuda os donos e os acionistas a cobrarem, vigiarem, a serem exigentes”, afirmou o empresário.
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