O FBI, CIA, NSA (Agência Nacional de Segurança) e outros três órgãos de segurança dos Estados Unidos recomendaram aos cidadãos do país a não usarem os serviços e produtos da empresas chinesas Huawei e ZTE, ambas fabricantes de smartphones e equipamentos de telecomunicações.
Durante o Comitê de Inteligência do Senado norte-americano, evento em que a recomendação foi feita, o diretor da CIA, Chris Wray, disse que o governo está “muito preocupado com os riscos de permitir que qualquer companhia ou entidade por trás de governos estrangeiros que não compartilhem de seus valores a entrar em suas redes de telecomunicação”.
De acordo com o portal The Verge, ele ainda complementou afirmando que essa permissão proporcionaria ao país a capacidade de modificar ou roubar informações de forma maliciosa por conta da proximidade que as empresas têm com o governo chinês.
Desconfiança de longa data
A origem da desconfiança vem de anos atrás, quando surgiram rumores de que a Huawei estaria, a mando do governo da China, espionando as pessoas através dos seus produtos. Em 2012, uma investigação de 18 meses feita a pedido da Casa Branca não encontrou evidências, segundo a Reuters.
Ainda assim, a preocupação com a Huawei persiste e se intensificou em 2017, quando, em setembro, a fabricante ultrapassou a Apple e passou a ocupar o posto de segunda maior fabricante de smartphones do mundo.
A pressão fez com que a AT&T, maior operadora dos Estados Unidos, desistisse de lançar o Mate 10 Pro, um dos smartphones mais caros da Huawei e sucesso de crítica, às vésperas do anúncio.
Em um dos momentos mais memoráveis da Consumer Electronics Show, em janeiro, Richard Yu, CEO da Huawei, fugiu do script durante uma apresentação a parceiros e imprensa e manifestou sua insatisfação com a dificuldade em entrar no mercado americano. “É uma grande perda para nós e para as operadoras, mas quem perde mais são os consumidores, porque eles não terão a melhor opção”, disse o executivo.
O Mate 10 Pro foi lançado direto no varejo nos Estados Unidos.
A Huawei chegou a vender alguns smartphones no Brasil, no início da década. Atualmente, ela não os comercializa no país.