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Um vídeo publicado recentemente trouxe de volta a questão das chamadas click farms (ou “fazendas de cliques”, em tradução livre). Nas imagens, mais de 10 mil aparelhos celulares são utilizados para baixar, instalar e desinstalar aplicativos por vezes incontáveis, a fim de fazê-los subir artificialmente nos rakings de lojas online.

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Além disso, as “fazendas” também oferecem curtidas para promover páginas em redes sociais. As imagens mostram gôndolas especialmente projetadas para manter os dispositivos interconectados, com alguns indivíduos responsáveis por gerir o processo.  

Veja o vídeo:

Negócio inglório

A despeito da espantosa quantidade de aparelhos, essa não é a primeira vez que uma imagem dessa natureza ganha a internet e as redes sociais. Já em 2015 circulava a foto de uma mulher sentada em frente a dúzias de iPhones a fim de realizar o mesmo trabalho inglório: baixar, instalar e desinstalar aplicativos inúmeras vezes.

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Foto que viralizou em 2015 

Segundo especialistas, a venda de cliques é um negócio rentável. Empresas pagam valores substanciais para colocarem seus aplicativos e sites no mapa através dessas adulterações dos rankings das lojas de apps.

Segundo o Tech In Asia, site asiático especializado em tecnologia, na época, o custo para se colocar um aplicativo entre as dez primeiras posições da App Store via click farm era de US$ 11 mil e custava mais US$ 65 mil mantê-lo lá durante uma semana.

Ilegalidade nebulosa 

Embora essas tentativas de interferir nos rankings das lojas estejam no radar de companhias como Apple, Google e Facebook, a natureza essencialmente humana do trabalho por trás das click farms dificulta a identificação e o tratamento dos casos – sobretudo pela falta de legislação específica e pela distribuição internacional do serviço.

A Apple, por exemplo, consegue evitar que robôs programados manipulem o ranking da App Store, por isso se vê, com frequência, fotos com iPhones e anúncios oferecendo esse tipo de serviço manual para a loja de aplicativos do iOS, sistema móvel da empresa.

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Por ora, restam as campanhas de conscientização promovidas pelas empresas potencialmente afetadas. O Facebook, por exemplo, orienta que os donos de páginas não recorram a sistemas que aumentam o número de curtidas artificialmente. Segundo a empresa, “não apenas por ser contra nossas regras, mas também porque há uma boa chance de que aquelas curtidas sejam deletadas por nossos sistemas automáticos”.

O site norte-americano Kotaku reuniu algumas imagens de click farms divulgadas em redes sociais chinesas da prática: