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Aviação

Cofundador da Microsoft apresenta o maior avião do mundo

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A construção do gigantesco avião que Paul Allen, cofundador da Microsoft, começou silenciosamente no deserto da Califórnia está completa. A aeronave, a maior do mundo com uma envergadura mais larga do que a do Spruce Goose, outro avião enorme da Howard Hughes, saiu do hangar pela primeira vez na quarta-feira (31).

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Batizado Stratolaunch, o avião tem alguns números impressionantes: uma envergadura de 117 metros (maior que um campo de futebol) e 15 metros de altura. Sem combustível, ele pesa 226 toneladas. Mas pode transportar 113 toneladas de combustível, e seu peso total pode chegar a 589 toneladas.

Mas, na real... O quão grande ele é? O Stratolaunch é tão grande que tem 28 rodas, seis motores a jato do 747 e 96,5 km de fios dispostos em seu interior. Sua grandiosidade fez com que o município tivesse que emitir licenças especiais para a construção dos andaimes usados na fabricação do avião.

Para se ter a real noção do tamanho do Stratolaunch, é preciso vê-lo de longe – parece uma montanha no horizonte.

Lançamentos no ar

Mas por que Allen, cofundador da Microsoft e dono do time de futebol americano Seattle Seahawks, está construindo um avião tão grande?

Não é para transportar passageiros, mas sim foguetes. Quanto maior o avião, maiores os foguetes, ou o número deles.

A empresa Stratolaunch da Allen firmou uma parceria com a Orbital ATK para “lançar no ar” o Pegasus XL, um foguete capaz de levar satélites pequenos, que pesam até 450 kg, à órbita. Os foguetes seriam amarrados à barriga do avião gigante, que os tirariam do chão e, quando chegasse à altura de 35 mil pés (cerca de 10,6 km) ou mais, soltaria eles para um “lançamento no ar” rumo ao espaço.

"Com operações típicas de aeroportos e a capacidade de ativação rápida", a empresa disse que acredita que o "lançamento no ar" é uma maneira mais barata e eficiente de colocar satélites em órbita do que os foguetes que se lançam verticalmente e podem ser extraordinariamente caros.

Democratizando a órbita terrestre baixa

Para Allen, tudo gira em torno da LEO, ou órbita terrestre baixa. Ele e outros empreendedores, como Richard Branson com a Virgin Orbit, estão apostando que podem reduzir o custo de lançamento de pequenos satélites para o espaço. E isso, por sua vez, levará a novas maneiras de transmitir Internet no mundo inteiro, proporcionar uma detecção de recursos terrestres mais refinada, melhorar as comunicações e abrir todo tipo de frentes comerciais.

Richard Branson, o homem que transforma frustração em novos negócios

"Quando esse acesso ao espaço for lugar comum, a inovação irá acelerar de maneiras que não conseguimos imaginar atualmente", afirmou Allen em comunicado há cerca de um ano. "Esse é o ponto das novas plataformas: quando elas se tornam disponíveis, convenientes e baratas, passam a atrair e a permitir que outros visionários e empreendedores criem mais novos conceitos".

Há mais de uma década, Allen esperava despertar uma revolução nas viagens espaciais quando financiou o SpaceShipOne, que se tornou o primeiro veículo comercial a atravessar o limiar do espaço. O projeto acabou vencendo o Prêmio Ansari X e levou uma recompensa de US$ 10 milhões. Ele, então, licenciou a tecnologia para Branson e partiu para outras atividades. Mas com a Stratolaunch, Allen está de volta ao negócio espacial.

"Trinta anos atrás, a revolução da PC colocou o poder de computação nas mãos de milhões e desbloqueou um potencial humano incalculável", escreveu. "Vinte anos atrás, a combinação do advento da web e da subsequente proliferação de smartphones permitiu que bilhões de pessoas superassem limitações geográficas e comerciais tradicionais. Hoje, a expansão do acesso à órbita terrestre baixa guarda um potencial revolucionário similar".

Em um comunicado divulgado na quarta-feira (31), Jean Floyd, diretor executivo da Stratolaunch, disse que a empresa está "explorando ativamente um amplo espectro de veículos de lançamento que nos permitirá oferecer maior flexibilidade aos clientes".

Ele acrescentou: "Nas próximas semanas e meses, estaremos conduzindo ativamente testes terrestres e de vôo no Porto Aéreo e Espacial de Mojave. Esta é uma aeronave pioneira, então seremos diligentes ao longo de todos os testes a priorizaremos a segurança de nossos pilotos, tripulação e equipe. A Stratolaunch está no caminho para realizar sua primeira demonstração de lançamento já em 2019”.

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