Volkswagen acrescentou 971 robôs às linhas de montagem das suas três fábricas no Brasil| Foto: Divulgação VW/Divulgação VW

Em meio à crise, com fábricas ociosas e dispensa de funcionários, a indústria automobilística brasileira está intensificando o processo de robotização das linhas de montagem. Cada carro lançado nos últimos anos ou nova fábrica exigiram tecnologias mais avançadas, vitais, segundo as empresas, para melhorar a produtividade, a qualidade e a capacidade para competir no mercado global e não fechar as portas.

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Das 21 montadoras consultadas pela reportagem, 14 informaram o número de robôs em suas fábricas: 4.653 unidades. Grande parte foi adquirida nos últimos quatro anos, período em que a produção de veículos caiu 32%, de 2,2 milhões de unidades em 2013 (até julho) para 1,48 milhão neste ano.

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O total de funcionários nos últimos quatro anos baixou de 136 mil para 106,7 mil - 21% a menos, ou quase 30 mil vagas. A saída da crise que começa a ser vislumbrada ocorrerá com uma indústria modernizada. Em alguns anos a produção poderá retomar o patamar do pré-crise mas o mesmo não ocorrerá com o emprego.

“Muitas vagas não vão voltar, por isso temos de preparar os trabalhadores para uma migração”, diz Aroaldo Oliveira da Silva, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Talvez não seja mais necessário montadores, mas sim profissionais para planejamento, programação e manutenção.”

Robôs na linha de produção

Para iniciar a produção do novo Polo neste mês e do Virtus em 2018, a Volkswagen instalou 373 novos robôs no setor de solda de chapas de carrocerias na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a mais antiga do grupo. Segundo o diretor de engenharia e manufatura, Celso Placeres, são máquinas com tecnologia avançada, mais rápidas, menores, mais precisas e eficientes que as anteriores.

De 2010 para cá, a Volkswagen acrescentou 971 robôs às linhas de montagem das três fábricas de automóveis no ABC, Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) e na de motores em São Carlos (SP). Hoje, tem 2.187 dispositivos principalmente nos setores de pintura, solda e agora na gravação de chassi e medição de carrocerias.

Na produção do novo EcoSport, lançado em julho, a Ford introduziu na fábrica de Camaçari (BA) 22 robôs que medem as carrocerias a laser e informam as máquinas à frente o local exato onde devem ser feitos furos para encaixe de peças. “Somos a segunda fábrica do grupo a usar essa tecnologia adotada nos EUA no ano passado para a produção do novo Mustang”, informa Milton Gil, gerente de estamparia e carroceria da Ford.

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“Os últimos anos foram de altos investimentos em robotização, especialmente por parte da indústria automotiva”, diz Rafael Paniagua, presidente da ABB no país, empresa com sede na Suíça e líder global em robotização industrial. Mundialmente, cerca de 70% dos robôs estão no setor automotivo.