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Expansão

De hortifrúti a dinheiro, app que promete entregar “qualquer coisa” busca expansão no Brasil

Aplicativo da Rappi para iPhone. | Marcos Joel Reis/Rappi
Aplicativo da Rappi para iPhone. (Foto: Marcos Joel Reis/Rappi)

Já aconteceu de você estar com fazendo um bolo, numa tarde de domingo, e quando vai pegar o fermento para colocar perceber que acabou? É solucionando este tipo de imprevisto que trabalha a Rappi, aplicativo criado na Colômbia que oferece assistentes pessoais, 24 horas por dia, que fazem sua compra e a entregam em casa.

No Brasil desde julho de 2017, a Rappi anunciou o recebimento de um aporte de US$ 185 milhões. Mais da metade desse valor será investido na operação brasileira da empresa.

Atualmente, a Rappi funciona nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba, operando na capital paranaense, ainda que não em toda cidade, desde o início de março. Agora, com o montante milionário recebido, a Rappi quer ampliar sua área de atendimento para mais quatro capitais: Recife, Fortaleza, Salvador e Brasília. O plano, ainda, é que até maio outras cinco cidades entrem para a lista, mas a empresa não revelou quais.

Segundo Bruno Nardon, CEO da Rappi, uma das prioridades no momento é consolidar a operação em São Paulo, primeira cidade brasileira a receber o app, para então expandir as das demais. “Queremos melhorar as parcerias que já temos com os estabelecimentos, otimizar as operações. Além de São Paulo, queremos investir mais forte em marketing nas demais cidades onde estamos”, conta Nardon.

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O investimento foi feito pelos fundos Sequoia Capital e Andreessen Horowitz, mas a fatia maior, US$ 105 milhões, veio da alemã Delivery Hero, empresa de entrega de alimentos. Questionado se há algum tipo de parceria com os alemães para além dos investimentos, uma vez que as duas empresas oferecem serviços similares, Nardon afirma que é uma possibilidade para o futuro que se partilhem as boas práticas de cada empresa, mas que por enquanto a parceria é estritamente financeira.

A Rappi existe desde 2015, resultado de uma investida dos principais fundos do Vale do Silício, celeiro mundial de empresas de tecnologia. Foi criada pelos colombianos Símon Borrero, Sebastian Mejía e Felipe Villamarin, que antes trabalhavam como desenvolvedores de software para terceiros. Foi após criarem um aplicativo para um supermercado que o trio enxergou o potencial do negócio. “Eles viram que esses varejistas tinham dificuldade em estruturar um esquema de entrega, quanto mais um que fizesse isso rapidamente. Então, começou a dar muito certo. Logo os clientes começaram a pedir por outras categorias de produtos e foi aí que surgiu a possibilidade de pedir qualquer coisa”, conta Nardon.

Além do Brasil e da Colômbia, a Rappi também atua no México e na Argentina e pretende, a partir do aporte recebido, expandir suas operações para Peru e Chile.

Atualmente, a Rappi tem mais de mil funcionários nos países em que atua.

Como funciona

A Rappi possui diferentes tipos de estabelecimentos cadastrados, como supermercados, farmácias, restaurantes, pet shops e até serviços como caixa eletrônico “em casa” para realizar saques de até R$ 300. Há ainda a categoria “Qualquer coisa”, em que é possível preencher um formulário com o produto desejado, desde que lícito e disponível em algum comércio aberto naquele momento.

Feito o pedido, o assistente pessoal vai às compras e é possível acompanhar em tempo real e interagir com quem aceitou seu pedido. Por exemplo, se você encomendou algumas frutas, o assistente pode te mandar fotos para você diga se elas estão a seu gosto. “Esse é um dos nossos diferenciais, nosso time realmente escolhe entre as melhores opções, cada compra recebe uma atenção realmente personalizada”, aponta Nardon.

Nessa história de conseguir pedir “qualquer coisa”, alguns pedidos inusitados aparecem com frequência. Nardon lembra de uma vez que pediram um colchão de solteiro. O marido, que fez o pedido, havia esquecido que precisava comprar o colchão para receber uma hóspede; quando sua esposa foi cobrá-lo, ele percebeu a mancada e recorreu ao Rappi, que em 45 minutos entregou o colchão no local. “Fora isso, há também muitos pedidos de coisas que as pessoas parecem ter vergonha de comprar, como artigos eróticos e exames de gravidez em farmácias”, conta Nardon.

As compras podem ser pagas com cartão de crédito (dentro do aplicativo ou no momento da entrega), cartão de débito e, em breve, também será aceito pagamento em dinheiro. Um detalhe importante para segurança dos clientes: o pagamento só é confirmado depois que o produto já foi entregue.

A taxa de frete cobrada é de R$ 6,90 e este valor fica inteiramente para o assistente de compras. O faturamento da empresa, segundo Nardon, vem das comissões estabelecidas entre a Rappi e os estabelecimentos comerciais parceiros. A empresa não revela o percentual.

O processo de seleção dos entregadores compreende algumas etapas, a começar pelo preenchimento de um cadastro no site do aplicativo. Em seguida, a equipe do app entra em contato e solicita uma série de documentos ao candidato, como documentos que comprovam que seu veículo está com a situação regularizada. Passada essa etapa, há ainda uma palestra informativa.

Os estabelecimentos interessados em atender na plataforma também podem se cadastrar pelo site que uma equipe da empresa entra em contato orientando os próximos passos.

O aplicativo está disponível na App Store (iPhone) e no Google Play (Android).

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