Os voos operados pela Air Berlin, a segunda maior companhia aérea da Alemanha, serão encerrados no dia 28 de outubro, afirmou a empresa nesta segunda-feira (9), solicitando aos funcionários que procurem emprego em outras empresas, enquanto trabalha na cisão de seus ativos.
A Air Berlin se declarou insolvente em agosto deste ano, após seu principal acionista, a Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos, decidir não lhe conceder mais ajuda financeira por não ver “perspectivas positivas”.
Em 2016, a Air Berlin registrou um prejuízo de cerca de 782 milhões de euros, e as dívidas somam quase 1,2 bilhão de euros.
Um empréstimo do governo alemão de cerca de 150 milhões de euros está mantendo os aviões da companhia no ar para que a ela tenha tempo de negociar com investidores. A Lufthansa -que já arrendou 38 dos 140 aviões da Air Berlin- e easyJet demonstraram interesse pelos ativos.
As conversas com Lufthansa e easyJet devem prosseguir até quinta-feira (12), e, uma vez que cheguem a um acordo entre partes, a Air Berlin terá que encerrar o restante da operação. O vice-ministro da economia da Alemanha, Matthias Machnig, disse que está confiante de que um acordo será fechado na quinta.
“Após os contratos de compra serem firmados, a empresa deve encerrar suas operações passo a passo”, disse a Air Berlin em comunicado. A maioria dos voos longos da companhia já foi cancelada.
A Air Berlin foi fundada em 1978 e cresceu com o boom das companhias aéreas de baixo custo e com voos de Berlim a Maiorca, na Espanha -popular destino entre turistas alemães.
Casos Ryanair e Monarch
Além da Air Berlin, outras empresas aéreas europeias também passam por aperto. No final de setembro, a Ryanair, companhia irlandesa de aviação de baixo custo, cancelou voos que atenderiam a mais de 400 mil passageiros, no período entre novembro deste ano e março, menos de duas semanas depois de cancelar cerca de 2,1 mil outros voos, que atenderiam a 315 mil passageiros. A empresa enfrenta escassez de pilotos.
Já no último dia 2, foi a vez da aérea britânica Monarch Airlines decretar falência, causando o cancelamento de centenas de milhares de viagens, depois de ter sido vítima de grande competição por voos e uma libra mais fraca.
O fracasso da Monarch, maior companhia aérea do Reino Unido a falir, afetará 900 mil passageiros. A empresa abandonou mais de 100 mil turistas no exterior, causando o que foi considerando como o maior esforço de repatriamento em tempos de paz do país.