Acusada de fraude fiscal, a Ragi Refrigerantes, fabricante do Dolly, voltou a operar nesta semana a fábrica que estava paralisada para investigação da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
Em nota, a companhia afirmou que o “real motivo dos débitos não contabilizados” foi o desvio de R$ 100 milhões – ou mais – por parte de seu contador, Rogério Raucci, sócio da RD Assessoria Contábil.
“Documentalmente, a empresa já encontrou provas de aproximadamente R$ 100 milhões, mas acredita que este número possa ser muito maior. Auditorias estão sendo realizadas para apurar o tamanho da fraude e o prejuízo milionário causado”, disse, em nota enviada à imprensa, a Ragi.
Investigada pela Operação Clone, a empresa teria cerca de R$ 2 bilhões inscritos na dívida ativa - resultado de R$ 8,8 milhões não pagos em impostos desde 2001. Na última sexta-feira (19), os executivos da Dolly firmaram um acordo de R$ 33 milhões a fim de quitar os tributos estaduais pendentes e os decorrentes da fraude continuarão a ser discutidos.
De acordo com a Ragi, o prestador de serviços de contabilidade “falsificou vários documentos entre eles, GARES (guias de arrecadação estadual) e decisões trabalhistas”. A empresa também cita “levantamento irregular de depósitos judiciais com documentos inexistentes”. ]
Em depoimento, o sócio do contador, Esau Domingues confessou o desvio por parte de seu parceiro e devolveu R$ 5 milhões dos R$ 7 milhões que couberam a ele no ato do desvio. A confissão foi parte de uma colaboração com os promotores de justiça do GAECO - Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público de SP, responsável pela investigação.
Segundo Domingos, Rogério teria adquirido, com o dinheiro desviado, mais de 30 carros de luxo, entre eles uma Maserati, um BMW 750, um Porsche Cayenne, dois Porsche Cayman, um Corvette, um Mercedes S500, duas Mercedes SLK, um Dodge Ram, um Chevrolet Suburban e dois Mini Coope. Também teria financiado patrocínio de seus três filhos em provas de automobilismo na Europa (um deles corre na Fórmula 4, na Itália, os outros dois na Fórmula 3).
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