A startup brasileira PSafe, dona de um aplicativo de antivírus para smartphones Android, está de olho no mercado global: após investir US$ 20 milhões em um escritório no Vale do Silício, nos EUA, no final do ano passado, a empresa espera ter até 8 milhões de usuários mensalmente ativos no país até o final deste ano.
Se as projeções se concretizarem, os EUA serão o segundo maior mercado da startup, atrás apenas do Brasil. “Queremos ter 30 milhões de usuários mensais em todo o mundo até o final do ano”, diz Marco DeMello, presidente executivo da startup. Hoje, a empresa tem 23 milhões de usuários mensais no mundo - o número de downloads do aplicativo, gratuito, porém, já passou de 100 milhões.
Os planos de expansão internacional da empresa não param por aí. “Se conseguirmos avançar o que queremos nos Estados Unidos, em 2018 vamos expandir nossas atividades para o mercado europeu”, aposta o executivo, que fundou a startup em 2010, com dois sócios norte-americanos. Antes da PSafe, DeMello trabalhou por mais de dez anos na área de segurança da Microsoft.
O aplicativo da PSafe é usado para encontrar vírus e outras ameaças de segurança em smartphones e tablets com sistema operacional Android. Ao oferecer o aplicativo de forma gratuita, a empresa ganha dinheiro exibindo anúncios publicitários aos usuários.
Novo nome
Para se projetar no mercado internacional, a empresa decidiu também mudar o nome de seu aplicativo principal: conhecido até aqui como PSafe Total, o programa será rebatizado como PSafe DFNDR (“defender”, ou “defensor”, em inglês, mas sem as vogais).
O novo nome foi escolhido após testes com usuários nos Estados Unidos. Por lá, o aplicativo já foi rebatizado. No Brasil, a atualização de segurança do mês de abril, que será enviada aos usuários a partir da segunda-feira (24), trará o novo nome. “Nosso nome antigo nos trouxe valor até certo ponto, mas achamos que era hora de mudar”, explica DeMello.
A empresa já recebeu cerca de US$ 90 milhões em rodadas de investimento com a participação de fundos como Pinnacle e Redpoint eVentures. Segundo DeMello, a expansão internacional será financiada com seus próprios recursos. A startup deve começar a registrar lucro neste segundo trimestre de 2017. “Vamos andar com nossas próprias pernas”, diz o executivo.
Hoje, a principal fonte de receita da startup é com publicidade, exibida aos usuários depois que eles utilizam alguma das funções do aplicativo como uma varredura que busque vírus e arquivos maliciosos, por exemplo. Além do crescimento no mercado americano, DeMello planeja lançar uma versão paga, sem propagandas, do PSafe DFNDR. “Vamos dar ao usuário a opção de pagar um pouco por isso”, comenta DeMello. A empresa ainda não definiu quanto o app vai custar, mas garante que não pretende restringir recursos à versão paga.