A Uber e a Waymo, divisão de carros autônomos da Alphabet, empresa que controla o Google, anunciaram nesta sexta-feira (9) que chegaram a um acordo para encerrar a disputa judicial sobre roubo de tecnologia. A Waymo acusa a Uber de ter roubado sua tecnologia de carros autônomos. Pelo acordo, a Uber concordou em ceder 0,34% das suas ações à Waymo, o que corresponde a US$ 245 milhões. Com isso, o processo judicial fixa extinto.
O caso começou em fevereiro de 2017, quando a Waymo processou a Uber acusando o aplicativo de transporte de roubar o sistema Lidar, uma tecnologia de navegação de carros autônomos desenvolvida pela Waymo. A companhia pedia US$ 1,86 bilhão em danos e uma ordem judicial impedindo a Uber de usar a tecnologia em disputa.
Segundo a Waymo, Anthony Levandowski, ex-engenheiro da companhia, fez uma cópia de 14 mil arquivos confidenciais sobre a tecnologia de navegação de carros autônomos da companhia antes de sair do cargo para fundar a startup Otto. A startup passou a oferecer, segundo a Waymo, uma tecnologia igual ao sistema Lidar. Meses depois, foi comprada pela Uber por US$ 600 milhões.
Depois de vender a empresa, Levandowski tornou-se chefe do projeto de carros autônomos da Uber, mas depois foi demitido à medida que o litígio se aqueceu. Levandowski, que não é um réu no processo, recusou-se a responder às perguntas de Waymo e a entregar documentos, citando seu direito constitucional de não produzir provas contra si mesmo.
Além de ceder 0,34% das suas ações à Waymo, a Uber se comprometeu no acordo a utilizar somente tecnologias próprias no desenvolvimento dos seus carros autônomos. Ela, porém, não admitiu ter roubado o sistema Lidar, apesar de dizer que a aquisição da Otto poderia ter sido tratada de forma diferente.
Posicionamento Uber e da Waymo
Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, emitiu um comunicado nesta sexta-feira (9) afirmando que seu trabalho é definir o futuro da empresa e lamentou as ações que o levaram a escrever a carta. “Para os nossos amigos da Alphabet: somos parceiros, você é um investidor importante para a Uber, e compartilhamos uma profunda crença no poder da tecnologia para mudar a vida das pessoas para melhor. Claro, também somos concorrentes. E, embora não concordemos com tudo no futuro, concordamos que a aquisição da Otto pela Uber poderia e deveria ter sido tratada de forma diferente.”
Já um porta-voz da Waymo disse que a empresa “chegou a um acordo com a Uber em que acreditamos que protegerá a propriedade intelectual da Waymo agora e no futuro. Estamos empenhados em trabalhar com a Uber para garantir que cada empresa desenvolva sua própria tecnologia”.