Após um fim de ano decepcionante, a GoPro afirmou que vai parar de fabricar drones e que está cortando mais de 20% da sua força global de trabalho. A empresa divulgou nesta segunda-feira (8) os resultados preliminares do quarto trimestre de 2017.
A empresa disse que espera vendas de cerca de US$ 340 milhões no período, bem abaixo de sua própria projeção anterior de até US$ 480 milhões e a estimativa média de analistas de US$ 472 milhões. A companhia informou que perdeu US$ 80 milhões em receita por causa de descontos dados em seus drones Karma e na linha de câmeras Hero durante a temporada de férias.
Com a divulgação, as ações da companhia caíram até 33% nesta segunda-feira, sendo negociadas a US$ 5,04, a maior queda e o preço mais baixo desde o início em 2014.
Drone da GoPro não agradou e teve falhas técnicas
A GoPro enfrentou o aumentou da concorrência no mercado de câmeras de ação, já que as grandes empresas de tecnologia como a Samsung e o Google começaram a vender produtos similares. Alguns analistas disseram que as câmeras Hero tornaram-se uma commodity, e que o principal chamariz de venda da GoPro agora é sua marca.
O drone da GoPro, chamado de Karma, deveria ter ajudado a empresa a reverter a crise no negócio de câmeras de movimento, quando foi lançado em setembro de 2016. Mas o efeito foi o contrário. O produto teve um grave problema técnico na bateria no fim daquele ano, o que levou a um recall de emergência de 2,5 mil unidades.
O Karma também teve, ainda, que enfrentar a preferência do público com a marca chinesa SZ DJI Technology, a maior fabricante de drones do mundo.
GoPro tenta reagir
A GoPro afirmou que as margens baixas e um mercado regulatório hostil na Europa e nos Estados Unidos - que aprovaram regulamentações para os aparelhos - tornam o mercado de drones “insustentável”. Ela vai parar de fabricar o produtos e sair do mercado após vender o estoque restante do Karma. O suporte técnico será mantido.
O CEO da companhia, Nicholas Woodman, vai reduzir seu salário para o valor simbólico de US$ 1. Já o chefe de operações, Charles Prober, vai deixar a empresa em fevereiro.
A GoPro também está cortando mais de 250 empregos, reduzindo seu quadro de funcionários para menos de 1 mil pessoas. O corte de empregos e a reestruturação de negócios resultarão em uma economia de US$ 23 a US$ 33 milhões, valor que será percebido no balanço do primeiro trimestre de 2018.
“A GoPro está empenhada em virar o nosso negócio em 2018”, disse Woodman no comunicado. “Esperamos que, no futuro, as nossas ações, juntamente com um modelo menor de despesas operacionais, permita à GoPro retornar à lucratividade e ao crescimento no segundo semestre de 2018.”