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Este é o novo celular do criador do Android que você provavelmente nunca usará

Essential Phone, a nova aposta de Andy Rubin | EssentialDivulgação
Essential Phone, a nova aposta de Andy Rubin (Foto: EssentialDivulgação)

Andy Rubin, a mente por trás do Android, deixou o Google em 2014 para criar uma nova empresa, a Essential. Hoje (03), Rubin anunciou a primeira leva de produtos da Essential – e eles são bastante promissores.

O Essential Phone é um celular com tela enorme, de 5,71 polegadas, e que praticamente não tem bordas frontais. É uma aplicação ainda mais agressiva da ideia de “tela infinita” apresentada pela Samsung no Galaxy S8. Aqui, a única borda existente é a inferior; no topo, a câmera frontal desponta para o meio da tela, ocupando uma área que, normalmente, fica vazia no Android – o Essential Phone roda o sistema que Rubin concebeu há mais de uma década.

Outra característica curiosa do Essential Phone é o seu acabamento, composto por titânio e cerâmica. Segundo a empresa, essa combinação resulta em um produto muito mais resistente que o metal tradicionalmente usado em celulares topos de linha, como iPhone e Galaxy S. A tela conta com revestimento Gorilla Glass 5, que promete maior durabilidade contra arranhões e quedas.

As últimas características que distinguem o Essential Phone são o par de conectores magnéticos na parte de trás, que poderá ser usado para conectar acessórios modulares como uma câmera 360º, e o sistema de câmera dupla, com uma abordagem similar à da Huawei – a segunda câmera é monocromática e serve para capturar mais luz em ambientes pouco iluminados.

De resto, as especificações são equiparáveis a qualquer topo de linha atual: um chip Snapdragon 835, o mais rápido da Qualcomm; 4 GB de RAM; 128 GB de memória, bateria de 3040 mAh e conector USB-C. Falta-lhe, porém, a saída de áudio de 3,5 mm usada para fones de ouvido. Na caixa, a Essential enviará um adaptador, mesma estratégia que a Apple adotou no iPhone 7.

Com um visual sóbrio e totalmente livre de logos e outras marcações, o Essential Phone estará disponível em quatro cores. Ele já se encontra em pré-venda, nos Estados Unidos, pelo preço de US$ 699, mas não há previsão de quando o produto será lançado.

Essential Home e Ambient OS

O celular é parte de um projeto maior. Junto ao Essential Phone, foram apresentados o Essential Home e o Ambient OS.

O primeiro é um assistente para a casa nos moldes do Amazon Echo e Google Home. Ele tem uma tela e roda o Ambient OS, sistema operacional desenvolvido internamente e que, no futuro, poderá substituir o Android nos celulares da Essential.

Uma diferença importante é que o Essential Home se esforça para executar suas tarefas localmente, sem o envio de dados e instruções para a nuvem. 

Missão quase impossível

O mercado de telefonia móvel se divide hoje, basicamente, entre dois sistemas: o Android do Google e o iOS da Apple. E eles geram frutos (leia-se lucro) apenas em duas empresas, Samsung e Apple.

Tentativas passadas de colocar um terceiro player na disputa fracassaram: gigantes como Microsoft, Nokia e BlackBerry não conseguiram dar tração a sistemas próprios e acabaram saindo desse mercado ou adotando o Android.

E mesmo as empresas que adotam o Android de largada, novatas ou veteranas, não têm a garantia de se estabelecerem – caso da Nextbit, vendida para a Razer menos de dois anos após lançar seu primeiro celular, o Robin – ou lucrarem – todas as demais que não são Apple, Samsung e Sony que o diga.

A Essential tem a chancela de Andy Rubin, criador do Android e um nome de peso no mercado norte-americano. É um ponto importante. Os produtos anunciados, embora ainda não estejam prontos (as imagens são apenas representações) e nem tenham data de lançamento, são promissores por combinarem características consolidadas e apreciadas pelos consumidores a inovações que devem fazer diferença no dia a dia.

Nada disso, porém, garante que a investida será bem-sucedida. Pelo já citado histórico, especialmente a hegemonia de Apple e Samsung, que, juntas, sugam todo o oxigênio do segmento, é muito difícil que a Essential vingue.

Será bastante difícil convencer o consumidor, acostumado aos Galaxy e iPhone da vida, a apostar em uma marca desconhecida e novata. Mesmo para o homem que criou o Android, sistema hoje usado em dois bilhões de dispositivos no planeta, essa é uma missão quase impossível.

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