"O segredo do negócio é saber se adaptar às mudanças”, afirma Andries Oudshoorn, CEO da OLX no Brasil. Aos 41 anos, o holandês afirma que sempre buscou novas oportunidades. "O importante é não se acomodar”.
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Ele coleciona experiências na área de gestão, administração e negócios. Em entrevista, o executivo contou como a OLX chegou ao país, quais as ambições da empresa, deu alguns conselhos de carreira e conta como é liderar a companhia que teve uma receita de R$ 99 milhões em 2016, um aumento de 120% em relação ao ano anterior.
Nascido na Holanda, formado em engenharia pela Universidade de Twente, e com curso em gestão de negócios na London Business School, Oudshoorn conta que o mercado brasileiro lhe proporcionou a possibilidade de inovar. “Sempre trabalhei na Europa, mas quando me ofereceram a oportunidade de vir para o Brasil, não pensei duas vezes. Lá tudo é mais estabilizado, enquanto aqui eu pude construir algo novo. É motivador”, diz.
Bem-humorado, ele conta que nunca teve um plano de carreira e se considera “oportunista”. “Sempre arrisquei muito, e aprendi com os erros, até porque o sucesso nunca é garantido”. Ele estava estabilizado em outra função na OLX, quando recebeu a responsabilidade de trazer a operação para o Brasil.
A empresa está presente em alguns países da Europa e chegou por aqui em 2010, com o objetivo de apresentar uma nova forma de consumo aos brasileiros, depois de um estudo sobre o mercado nacional. “O modelo é comprovado em outros países e funciona, mas aqui as pessoas não tinham os hábitos de vender coisas usadas na internet, muito menos de comprar. Foi um desafio”, afirma o executivo.
A missão de Oudshoorn com a empresa era justamente fazer com que o modelo se consolidasse aqui no Brasil. “As pessoas precisavam se adaptar a uma plataforma onde pudessem comprar e vender coisas usadas. Não faz sentido ficar guardando um produto se você não está usando, ganhar dinheiro é sempre bom”, afirma.
Ele explica que o crescimento da plataforma no Brasil é muito forte e acredita que a empresa está conseguindo inserir novos hábitos de consumo. “O sistema é fácil de usar, prático e seguro. Mas ainda temos muito o que percorrer”, diz o holandês. A OLX oferece uma gama imensa de produtos em todos os estados brasileiros.
Números
Os números impressionam. No ano passado, foram vendidos pela OLX 24,6 milhões de itens, 90% a mais do que em 2015 e entre as pessoas que anunciaram e compraram, a empresa movimentou R$ 81,9 bilhões em 2016.
O CEO explica que a plataforma tinha cerca de 3 mil anúncios por dia quando foi lançada, enquanto hoje esse número chega a 500 mil diariamente. São realizadas pelo site uma média de 2 milhões de vendas por mês, cerca de 50 por minuto, sendo que a média de usuários que visitam o site é de 40 milhões por mês.
“Acredito que alcançamos esses números porque a plataforma é confiável. Os negócios são fechados virtualmente, mas o recebimento pode ser feito pessoalmente”, diz. De acordo com ele, um diferencial da plataforma é a variedade e experiências que a mesma proporciona. “Temos planos gratuitos para pessoas físicas e assinaturas mensais com serviços exclusivos para empresas, incluindo mais visibilidiade. Somos uma plataforma de comunicação, queremos facilitar o negócio entre vendedor e cliente”, explica.
Oudshoorn explica que o setor tem muitas oportunidades daqui para frente. Considerando que introduzir esse modelo de compra e venda de usados foi o mais difícil, o próximo passo é propagar cada vez mais essa cultura de consumo por produtos seminovos. “Queremos um modelo de consumo mais sustentável, educar as pessoas para mudar seus hábitos”, afirma.
Sucesso
O executivo credita o sucesso da empresa a sua equipe, que hoje conta com mais de 500 funcionários. Segundo ele, um time de profissionais bons e dedicados fez e faz toda a diferença para que a empresa se desenvolva da melhor maneira possível. “Com a equipe certa e com uma cultura que inspire essas pessoas você consegue se adaptar a qualquer coisa que aconteça”, afirma.
Segundo ele, a empresa quer melhorar sua estrutura em processos e comunicação para manter e desenvolver uma cultura forte e consolidada. Ele revela ainda que a empresa está buscando talentos de tecnologia e de engenharia. “Crescemos muito rápido e nosso time de tecnologia está desfalcados. Como pretendemos crescer ainda mais, vamos contratar mais pessoas”, explica.
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