| Foto: Marcelo AndradeGazeta do Povo

Em 2012, David Velez pediu demissão para criar um projeto novo que viria a ser o Nubank. Hoje, com mais de 500 funcionários e muito dinheiro investido, sua empresa poderia tranquilamente começar a trazer lucro caso parasse de crescer — mas ela simplesmente não quer isso por ora. Seria, de acordo com Velez, prematuro.

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“Se você tem um mercado e confiança no seu negócio, gerar lucro prematuramente não faz sentido nenhum”, disse o executivo durante o Fintouch, maior evento de fintechs da América Latina.

No ano passado, o Nubank registrou prejuízo de R$ 122 milhões, 273% mais alto que o de 2015. Por outro lado, a receita saltou 644% para R$ 77,1 milhões. A marca de 500 funcionários foi alcançada há menos de um mês e acaba de lançar um programa de fidelidade, o Rewards, que deve impulsionar as receitas. 

Essa não é a mentalidade dele e de sua equipe simplesmente, mas do Vale do Silício como um todo — e de muitas empresas que seguem um modelo de crescimento acelerado. A ideia é criar uma operação robusta o suficiente no início para aguentar a demanda no futuro e não perder relevância. É o movimento oposto ao que os grandes players têm feito para não perder (tantos) clientes para as próprias fintechs. 

“Com o aumento no número de clientes e conseguindo tornar o Neon o banco principal deles, a gente passa a ser lucrativo. Mas, de verdade? Hoje não é esse o foco”, disse, no mesmo painel, o sócio-fundador e diretor comercial do Banco Neon Alan Chusid. Caso fosse, ele acredita que a empresa sequer teria conseguido o financiamento que conseguiu através de aportes.

“Se os investidores não tivessem apetite de longo prazo, provavelmente não iam colocar o dinheiro aí [no Neon]”, comenta Alan. 

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Fundador do GuiaBolso, Thiago Alvarez pensa da mesma forma. Por muito tempo, sua plataforma de organização financeira sequer possuía um plano de monetização — e de propósito. “Quando prospectamos parceiros, deixávamos bem claro que simplesmente não teríamos uma conversa sobre receita durante anos”, disse Alvarez.

Criada em 2014, o GuiaBolso lançou no início de 2017 sua plataforma de empréstimo que promete juros reduzidos. Essa passa a ser a fonte de receita para o próprio GuiaBolso e para empresas parceiras.