Galaxy S9 e iPhone X. Atente que as fotos não estão proporcionais à realidade.| Foto: Samsung, Apple/Divulgação

Apple e Samsung têm uma grande rivalidade no campo dos smartphones. Com o lançamento do Galaxy S9 e do Galaxy S9+ no Brasil, marcado para 20 de abril, consumidores de olho nos topos de linha disponíveis do país ficam num dilema: levar o novíssimo aparelho da Samsung ou o iPhone X, o mais ambicioso smartphone que a Apple já lançou?

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Para auxiliar nessa decisão, preparamos um comparativo objetivo, focado em números e em aspectos determinantes, que independem do gosto pessoal — embora, como veremos no fim, seja exatamente esse o fiel da balança.  São cinco pontos que podem ajudar os indecisos na tomada de uma decisão.

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Câmera

Smartphones modernos têm câmeras muito boas e, entre os topos de linha, costuma ser difícil detectar diferenças muito gritantes em características como definição, quantidade de ruído e velocidade.

No papel, o Galaxy S9 tem uma câmera principal de 12 megapixels e uma lente com abertura variável, de f/1,5 e f/2,4, e distância focal de 26 mm. É uma novidade e, até o momento, algo exclusivo no mercado, mas as primeiras análises não apontam muita vantagem nessa capacidade única — smartphones com abertura fixa usam truques de software, como HDR, para compensar com sucesso situações em que há excesso de luz.

O Galaxy S9+ acrescenta uma segunda câmera, com abertura fixa de f/2,4, 12 megapixels e distância focal de 52 mm. Isso permite que se faça um zoom óptico, que, diferentemente do digital típico de smartphones com uma câmera apenas, não distorce a imagem.

O iPhone X traz duas câmeras principais, ambas de 12 megapixels. Uma delas tem abertura de f/1,8 e distância focal equivalente a 28 mm; a outra, abertura de f/2,4 e distância focal de 52 mm. Via software, que combina as duas câmeras, o iPhone X gera efeitos dramáticos em retratos (coisa que o S9 também faz).

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Galaxy S9+ e iPhone X têm paridade em recursos e capacidades. O S9 convencional fica um pouco atrás pela falta da segunda câmera. Na hora de ver as fotos, porém, é impossível escapar da análise subjetiva. Todos os três fazem fotos impecáveis, mas cada um tende a um certo… estilo. Sites como DxOMark, especializado em câmeras digitais, têm diversos exemplos de fotos feitas com esses aparelhos e sem pós-edição. É uma boa vê-las antes de bater o martelo, caso câmera seja um fator primordial.

Na frente, os aparelhos da Samsung têm câmeras melhores no papel — 8 megapixels com abertura f/1,7, contra 7 megapixels com abertura f/2,2 do iPhone X —, mas carece dos sensores avançados do sistema Face ID, da Apple, que viabilizam o desbloqueio seguro com o rosto e brincadeiras como os Animojis. A Samsung até tem um equivalente, os AR Emojis, mas a reação da crítica foi bastante negativa por eles serem esquisitos e o reconhecimento facial, inferior ao do iPhone X.

Desempenho

A Samsung alterna entre dois SoC (system-on-a-chip, um chip que agrega processador, GPU, modens e outros componentes) na linha Galaxy S9. Em boa parte do mundo, ela chega às lojas com um chip Exynos 9810, da própria Samsung. Em alguns poucos mercados, como Estados Unidos e Brasil, os aparelhos saem da fábrica com o Snapdragon 845, o modelo mais avançado da Qualcomm. Já a Apple desenvolve seus próprios SoC; O iPhone X traz o A11 Bionic.

Ok, esses nomes não dizem muita coisa. O que importa, mesmo, é saber qual é o mais rápido.

Nesse caso, é o iPhone X. A Apple se beneficia do desenvolvimento interno do seu chip. Há anos, o desempenho do iPhone supera com relativa facilidade o dos equivalentes no universo Android.

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O Geekbench é um dos aplicativos de análise de desempenho de smartphones mais confiável e usado na indústria. Ele realiza dois testes de desempenho: um utilizando todos os núcleos do processador (seis no iPhone X, oito nos chips usados no Galaxy S9), e outro com cada núcleo, individualmente. Nos dois cenários, o iPhone X ganha:

iPhone X

Multicore: 10120
Singlecore: 4205

Galaxy S9 (Snapdragon 845)

Multicore: 8351
Singlecore: 2422

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Algumas análises de sites especializados apontaram pequenos engasgos no uso do Galaxy S9. Do brasileiro Tecnoblog: “durante as minhas semanas utilizando o Galaxy S9 como meu aparelho principal, eu notei alguns engasgos ao alternar entre aplicativos. Isso aconteceu poucas vezes e de forma passageira, e talvez seja resolvido com uma atualização de software, mas mostra que o multitarefa não é o mais otimizado possível”.

Bateria

Com elevada frequência, a bateria é o ponto decepcionante de muitos smartphones. Embora sejam os smartphones mais caros à venda no Brasil, nem iPhone X, nem Galaxy S9, surpreendem nesse quesito.

O modelo da Apple conta com uma bateria de 2716 mAh. O Galaxy S9, uma de 3000 mAh e o S9+, de 3500 mAh. Há que se considerar as telas de cada um, afinal, quanto maior, mais energia é gasta para acender todos os pixels. Galaxy S9 e iPhone X têm telas de 5,8 polegadas e o S9+, de 6,2 polegadas. A resolução do iPhone X é menor (densidade de 458 pixels por polegada contra 529 do S9+ e 570 do S9) e todos os três usam painel OLED, tecnologia que consome menos energia.

Na prática, não espere encontrar comentários entusiasmados acerca da autonomia desses aparelhos. Àqueles que se consideram usuários assíduos, a dica é ter uma bateria externa a tiracolo — eles provavelmente precisarão antes do fim do dia. 

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Software

Para a maioria, este é o fator determinante de escolha. O iPhone X usa o iOS 11, sistema da própria Apple. Os Galaxy S9, Android 8.0 “Oreo”, do Google, pesadamente modificado com o estilo, aplicativos e recursos da Samsung.

O Android tem, historicamente, uma pegada mais personalizável. Tanto que, se você não gostar do visual da Samsung, pode instalar um “launcher” alternativo que modifica boa parte da cara do sistema. Contra ele pesa a liberdade que as fabricantes têm de modificar o aparelho: embora a Samsung tenha amenizado notavelmente a interferência no Android, ela ainda inclui aplicativos duplicados em relação aos do Google e recursos questionáveis, como a assistente virtual Bixby, que tem até um botão físico dedicado na borda esquerda dos aparelhos.

Já o iOS não muda muito desde… sempre. A Apple fez uma revisão visual radical no iOS 7 e, desde então, vem refinando e melhorando alguns recursos pontuais do sistema. Para quem a ideia de mexer nas profundezas do sistema a fim de adaptá-lo às suas necessidades desanima, é uma abordagem melhor: direta, simples, mas funcional. No Galaxy S9, exige-se um pouco mais de dedicação para remover apps, ajustar configurações e lidar com a infinidade de recursos e opções que a Samsung coloca em seu Android.

O entorno também importa. Quem trabalha com computadores da Apple, por exemplo, tem um incentivo extra para ir de iPhone: a integração entre os aparelhos é bastante conveniente. Já o Android está fortemente vinculado ao ecossistema do Google, então para quem usa Gmail, Google Fotos, Google Docs e os demais serviços da empresa, é uma melhor pedida.

Preço

Estamos falando de aparelhos caríssimos. O iPhone X é o smartphone mais caro à venda no Brasil. Custa R$ 6.999 na versão com 64 GB de memória. O Galaxy S9 tem preço sugerido de R$ 4.299 e o S9+, de R$ 4.899; ambos vêm com 128 GB de memória.

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No caso do iPhone, porém, há alternativas mais baratas dentro do catálogo da Apple. iPhone 8 (leia a análise) e iPhone 8 Plus preservam várias das características do iPhone X, como o desempenho exemplar (eles usam o mesmo SoC A11 Bionic) e câmeras que, embora levemente diferentes, são quase tão boas quanto as do modelo superior, custando menos. O preço sugerido do iPhone 8 é de R$ 3.999 e o do 8 Plus, R$ 4.599.

O segmento topo de linha é bastante caro, e não é exclusividade do mercado brasileiro — embora aqui os preços sejam mais dilatados que em outros mercados. Mesmo assim, existem opções para quem deseja o melhor, o que é sempre saudável em qualquer faixa de preço.