Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
liquidada

Gradual Investimentos fez operações irregulares de câmbio e tinha patrimônio negativo

 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
(Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A liquidação extrajudicial da Gradual Investimentos, decretada na manhã desta terça-feira (22) pelo Banco Central (BC), ocorreu em função de operações irregulares na área de câmbio, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. A instituição também estava com patrimônio negativo próximo de R$ 1,6 milhão.

Com sede em São Paulo, a Gradual vendeu US$ 20 milhões, em um período de um ano, sem observar as regras de identificação de clientes. Também havia irregularidades quanto às regras contra a lavagem de dinheiro. A Gradual deixou de comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) movimentações atípicas.

O Broadcast apurou ainda que o BC vem acompanhando a situação da Gradual desde o fim de 2016. As irregularidades acabaram resultando, agora, na liquidação da corretora.

No comunicado da liquidação, o BC informou que a medida foi tomada em função da existência de “graves violações às normas legais e regulamentares que disciplinam a atividade da Gradual CCTVM, o comprometimento de sua situação econômico-financeira, bem como a existência de prejuízos que sujeitam a risco anormal seus credores foram as razões que levaram à liquidação da empresa”.

De acordo com o BC, a Gradual não tem vínculos com qualquer conglomerado bancário e tem baixa relevância no Sistema Financeiro Nacional, representando apenas 0,003% do ativo total e 0,07% dos recursos administrados de terceiros. A instituição foi responsável por 0,04% do movimento total de câmbio realizado no quarto trimestre de 2017.

Operação Encilhamento

A liquidação da Gradual pelo BC não está ligada, segundo apurou a reportagem, à operação recente da Polícia Federal (PF) que atingiu a corretora. Durante a Operação Encilhamento, deflagrada pela PF no início de abril, foram presos os sócios da Gradual, Fernanda de Lima e Gabriel Correa. Posteriormente, ambos foram soltos.

A PF apurava fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento. A suspeita é de que os fundos têm debêntures (título de dívida que gera direito de crédito ao investidor) sem lastro que ultrapassam R$ 1,3 bilhão.

Segundo relatório da investigação, a empresa ITS, ligada à Gradual e seus diretores, emitiu debêntures sem lastro. Ela seria uma “empresa de fachada”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.