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Semicondutores

Intel está prestes a perder a liderança em semicondutores pela primeira vez desde 1993

Executivo da Intel exibe um chip Core de sétima geração | IntelDivulgação
Executivo da Intel exibe um chip Core de sétima geração (Foto: IntelDivulgação)

Pela primeira vez desde 1993, a Intel pode perder a liderança do mercado de semicondutores. Segundo a consultoria Nomura Securities, previsões indicam que a Samsung superará a fabricante norte-americana já neste trimestre.

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A estimativa da Nomura, informada ao Financial Times, é de que a divisão de semicondutores da Samsung fechará o trimestre que compreende abril, maio e junho com faturamento de US$ 15,1 bilhões, contra US$ 14,4 bilhões esperados pela Intel. Além do faturamento, o lucro dos sul-coreanos também deve ser maior, de US$ 6,6 bilhões contra US$ 3,9 bilhões.

A justificativa, de acordo com a consultoria, está no aumento dos preços de chips de memória do tipo DRAM e SSD, usados em dispositivos que vão de celulares a grandes servidores. No primeiro semestre de 2017, os preços dessas memórias subiram 25% e 15%, respectivamente, e devido à alta demanda, é esperado que eles aumentem ainda mais até o fim do ano.

Perda do mercado de mobilidade

A divisão de semicondutores da Samsung vem numa crescente. No primeiro trimestre de 2017, ela obteve lucro de US$ 5,6 bilhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, em paralelo à valorização dos chips de memória, os de processamento, especialidade da Intel, passaram por uma migração forte de computadores convencionais para dispositivos móveis, onde eficiência energética é mais crítica do que desempenho puro, que não foi acompanhada pela fabricante norte-americana. 

A Intel não conseguiu levar a sua tecnologia de processadores para esses dispositivos móveis, áreas que concentraram praticamente todo o crescimento dos últimos anos. As investidas da empresa no segmento, através da linha Atom e com fortes subsídios junto a fabricantes de smartphones, fizeram-na perder entre US$ 3 e US$ 4 bilhões por ano entre 2013 e 2015. Em abril de 2016, a Intel anunciou o fim da produção desses processadores, o que, na prática, foi uma desistência do mercado de celulares.

Os chips de processamento com arquitetura ARM, usados por Samsung, Apple e praticamente todas as fabricantes de celulares e tablets, ao mesmo tempo evoluíram rapidamente. O A10X Fusion, presente nos últimos iPad Pro, da Apple, supera chips equivalentes de baixíssimo consumo da Intel em desempenho bruto, eliminando a grande vantagem que a Intel tinha até então.

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