O iPhone X vai bem — pelo menos, de acordo com os últimos resultados financeiros da Apple divulgados nesta terça (1). A gigante da tecnologia deixou de lado as crescentes preocupações sobre se o preço de US$ 1 mil dólares (R$ 7 mil no Brasil) do smartphone prejudicaria as vendas do iPhone. Em vez disso, a empresa revelou que o iPhone X a levou a registrar um recorde de faturamento em seu segundo trimestre.
As vendas do iPhone subiram 3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso foi uma surpresa para muitos que observam a empresa e que esperavam ver a cratera de vendas do iPhone despencarem em meio a relatos de que fornecedores, como a Samsung, haviam cortado drasticamente suas projeções para o próximo trimestre. As ações da Apple caíram 5,8% no mês passado, depois que várias reportagens informaram que a Apple estava reduzindo a produção do iPhone X por causa das vendas fracas.
No entanto, embora o aparelho não tenha provocado o “superciclo” ou um grande aumento em vendas que muitos esperavam antes do seu lançamento, o iPhone X se mostrou popular e lucrativo para a Apple — aumentando o faturamento do iPhone para Apple em 14%, para US$ 38 bilhões.
O iPhone X é o celular mais vendido da empresa, disse o presidente executivo da Apple, Tim Cook, em comunicado.
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A Apple informou que vendeu 52,2 milhões de iPhones, um pouco abaixo das estimativas de 52,5 milhões, de acordo com FactSet, firma especializada em pesquisas de mercado. Mas a empresa registrou um lucro recorde para esta época do ano e superou as expectativas, ao reportar US$ 61,1 bilhões em receita.
A Apple também deu projeções melhores que o esperado para o terceiro trimestre, passando aos investidores mais confiança na saúde de longo prazo da companhia em um momento em que sua principal rival, a Samsung, afirma que espera que a demanda por seus celulares mais caros diminua.
Em uma conferência com analistas, Cook disse que não está preocupado que o grupo de novos usuários do iPhone esteja encolhendo, apesar do fato de que as pessoas não estão comprando celulares de última geração com a mesma frequência que no passado.
“Eu não compro a visão de que o mercado está saturado”, disse ele. “Eu não vejo isso do ponto de vista do mercado... e certamente não do ponto de vista do iPhone.”
As ações da Apple subiram até 4% no pregão após o fechamento, chegando a valerem US$ 169,10 dólares na terça-feira (1).
Quando se trata de temores sobre o desempenho do iPhone X, esses bons números não devem fazer a Apple se acomodar, disse Jeff Fischer, analista sênior da Motley Fool. “Tim Cook e a Apple estão correndo uma maratona”, acrescentou.
Outros serviços
Outro ponto positivo para a Apple foi o setor de serviços, que inclui a Apple Music, o iTunes e a App Store. É uma das unidades de crescimento mais rápido da empresa. A Apple informou que seus negócios de serviços cresceram 31% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso leva o segmento ao tamanho de uma empresa da Fortune 300, disse Cook, o que é crucial para a Apple, que busca construir seu ecossistema e unir seus dispositivos e serviços.
As vendas de “outros produtos” — geralmente considerados como sendo o Apple Watch, fones de ouvido e agora o novo HomePod — cresceram 38%, para US$ 3,9 bilhões. A Apple não ofereceu nenhum grande número de vendas de seu alto-falante inteligente, que começou a ser vendido em janeiro.
As vendas do iPad também subiram um pouco em termos de unidades vendidas e em receita, continuando com um modesto ressurgimento do negócio de tablets da empresa. As vendas de computadores Mac caíram um pouco, mas permaneceram estáveis ââem receita.
Ainda assim, o iPhone continua sendo o produto mais importante da Apple, representando quase 70% de sua receita total. E é por isso que qualquer indício de que as vendas de smartphones da Apple estão enfraquecendo provoca pânico entre os investidores.
A empresa também disse que expandirá seu programa de recompra de ações com uma nova expansão de US$ 100 bilhões. A empresa agora tem mais flexibilidade para gastar seu dinheiro sem arriscar altos pagamentos de impostos, após mudanças recentes na legislação tributária dos Estados Unidos.
A Apple prometeu gastar muito desse dinheiro em suas operações nos EUA, promessa que reafirmou em um comunicado à imprensa.
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Cook também tratou de temores sobre uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que é o terceiro maior mercado da Apple. Ele disse que o mundo “só vence se a China e os EUA vencerem” e estar otimista de que os dois países possam resolver suas diferenças. Cook se reuniu com o presidente Donald Trump na Casa Branca para falar das políticas comerciais e tarifas de sua administração sobre a China, que a Apple criticou publicamente.