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J&F, dos irmãos Batista, coloca grande parte de suas empresas à venda

 | Reprodução/Facebook

Desde o momento em que se viu envolvido no centro do esquema de corrupção da Lava Jato, o grupo J&F - controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista - tem colocado ativos à venda. O grupo tem sete empresas sob o seu comando e é esperado que ele se desfaça de, pelo menos, cinco negócios, arrecadando mais de R$ 20 bilhões. A primeira baixa já foi realizada neste mês de julho, com a venda Alpargatas para as famílias Moreira Salles e Setubal por R$ 3,5 bilhões.

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A liquidação dos ativos da J&F começou após o escândalo do pagamento de propina liderado pelos irmãos Batista a políticos de várias esferas. Eles assinaram, no âmbito da Lava Jato, um acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões, o que ampliou a dívida do grupo, que já ultrapassava a casa dos R$ 10 bilhões.

Sem caixa e com a necessidade de fazer dinheiro no curto prazo para pagar suas dívidas, a J&F começou a colocar seus ativos à disposição do mercado. O primeiro negócio foi realizado neste mês, com a venda da Alpargatas para as famílias Moreira Salles e Setubal, controladoras, respectivamente, do grupo de investimento Cambuhy e da Itaúsa. 

Alpargatas - dona das marcas Havaianas, Osklen e Mizuno - foi vendida por R$ 3,5 bilhões. No fim de 2015, os irmãos Batista compraram o o controle acionário da varejista por R$ 2,7 bilhões, justamente para socorrer a construtora Camargo Correia, que já se via afundada em dívidas por causa da Lava Jato. O valor foi 100% financiado pela Caixa Econômica Federal.

Outro negócio do grupo J&F que está à venda é a Âmbar. A empresa atua no segmento de energia e arrematou, nos anos de 2012 e 2013, 900 quilômetros de linhas de transmissão de energia. O grupo canadense Brookfield teria fechado um acordo de exclusividade para comprar o ativo por até R$ 1 bilhão. O negócio ainda não foi confirmado ao mercado. 

Já um negócio que está prestes a ser anunciado é a venda da Vigor Alimentos, fabricante de produtos lácteos, para o grupo mexicano Lala. Os mexicanos também teriam fechado contrato de exclusividade para comprar a brasileira por cerca de R$ 6 bilhões e os últimos detalhes do contrato estão sendo fechados.

O grupo também fechou um acordo com a Arauco para estudar a possibilidade de venda da produtora de celulose Eldorado. A empresa chilena, que atua no Brasil no ramo madeireiro, teria oferecido aos irmãos Batista R$ 11 bilhões pela Eldorado. A produtora de celulose foi inaugurada em 2012, com investimentos de R$ 6,2 bilhões, sendo R$ 2,7 bilhões financiados pelo BNDES. O negócio ainda não foi concretizado.

O quinto ativo à venda do grupo é a fabricante de produtos de higiene e limpeza Flora, dona das marcas Minuano, Francis, Ox e Neutrox.  Segundo o jornal Valor Econômico, as marcas da empresa devem ser vendidas separadamente para facilitar o negócio e agilizar a venda. Isso porque, segundo o jornal, dificilmente alguma empresa se interessaria pela empresa com seu pacote completo: 17 marcas, muitas com baixa penetração no mercado.

O Banco Original e a JBS, por enquanto, são os únicos ativos da J&F que não estão à venda - oficialmente. O que a JBS vem fazendo para reduzir seu endividamento é se desfazer de boa parte dos frigoríficos e outros ativos adquiridos nos últimos anos. Já o Banco Original continua com os irmãos Batista, apesar de o mercado especular que a fintech estaria sendo negociada com chineses. 

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