A Livrarias Curitiba vai investir R$ 34 milhões para construir um novo Centro de Distribuição em Curitiba e para abrir novas lojas, principalmente no interior de São Paulo. O novo centro logístico deve ficar pronto em meados de 2018 e dará suporte ao crescimento da rede, que pretende abrir de duas a três lojas no interior paulista somente neste ano para ocupar os espaços vagos deixados por suas concorrentes em crise.
O atual Centro de Distribuição (CD) da Livrarias Curitiba fica em um terreno junto à sede administrativa da empresa, no bairro Rebouças, em Curitiba. Ele tem cerca de 6 mil metros quadrados e já ficou pequeno para atender a demanda e a diversidade de produtos vendidos pela livraria. Em época de vendas aquecidas, como Natal e período de Volta às Aulas, o grupo precisa alugar um outro espaço na capital paranaense para estocar os produtos.
“Aumentamos o número de lojas, ampliamos as vendas pelo atacado e diversificamos a nossa gama de produtos, com brinquedos, audiovisuais e eletrônicos. Tudo isso requer espaço e nosso Centro de Distribuição já ficou pequeno”, afirma Marcos Pedri, diretor comercial e sócio da Livrarias Curitiba. “Quando as coisas estão apertadas, a produtividade diminui. Precisamos de um novo espaço para ganhar em produtividade e eficiência.”
O novo centro logístico será construído no bairro Uberada, em Curitiba, em um terreno de 23 mil metros quadrados. Ele terá 11,7 mil metros quadrados e também vai agrupar toda área administrativa para facilitar a integração entre os departamentos. As obras começam neste mês de agosto e devem ficar prontas dentro de um ano. O investimento será de aproximadamente R$ 17 milhões.
Expansão para São Paulo
Além de construir um novo centro logístico, a Livrarias Curitiba vai dar continuidade ao seu plano de expansão pelo estado de São Paulo, onde a rede já tem duas unidades, uma na capital e outra em São José dos Campos. O grupo paranaense vai inaugurar em Taboão da Serra, no interior de São Paulo, a 27ª loja da rede e a terceira do estado paulista. A inauguração está prevista para outubro.
A loja ficará no Shopping Taboão da Serra e terá 500 metros quadrados. Ela contará com 50 mil itens entre livros, audiovisuais, games, itens de papelaria, materiais para escritório, aparelhos eletrônicos e itens para presentes. Também terá espaço infantil e local para eventos culturais. A expectativa é gerar 20 empregos diretos com a unidade.
A rede negocia a abertura de outras duas novas lojas no interior de São Paulo ainda neste ano. Ambas devem ser abertas em shoppings centers da região.
E, ao contrário do que acontece em Santa Catarina, onde a rede incorpora o nome do estado em que está e se chama Livrarias Catarinense, as lojas em São Paulo têm o nome de Livrarias Curitiba. Segundo o diretor comercial do grupo, o nome vem sendo muito bem aceito em terras paulista, influenciado pelo sucesso da operação Lava Jato. “Em São Paulo, Curitiba virou sinônimo de boa conduta, de ética, de organização”, relata Pedri.
Sul já está esgotado
A expansão para São Paulo acontece porque a rede já esgotou as suas possibilidades de crescimento territorial no Paraná e em Santa Catarina. Segundo Marcos Pedri, a rede já está bem posicionada nos dois estados da região Sul e não tem interesse em entrar no Rio Grande do Sul. A única cidade ainda descoberta é Cascavel, no interior do Paraná, mas o grupo paranaense só irá para lá quando houver um shopping com tráfego estabelecido na região.
O que acontece é que, diferente do que fazia no início das suas operações, lá em 1963, a Livrarias Curitiba só pretende abrir lojas em shoppings. Pedri afirma que só vale manter lojas de ruas em avenidas com grande movimento de pessoas, mas, mesmo nesses casos, a unidade perde já que funciona em horário comercial e não dispõe de estacionamento.
“Nossa prioridade é abrir em shoppings maduros, com tráfego estabelecidos de pessoas”, afirma o sócio da Livrarias. A única exceção foi feita para o Jockey Plaza, shopping que está sendo erguido em Curitiba, no bairro Tarumã, e que deve ser inaugurado em 2018. “Lá a gente apostou e vai abrir uma loja logo no início da operação do shopping, porque sabemos que é um empreendimento sólido, de longo prazo.”
Apesar da nova loja em Curitiba prevista para 2018, o foco do grupo é mesmo São Paulo. A estratégia é ocupar pontos comerciais dentro de shoppings que não possuem as grandes redes paulistas de livrarias, como a Saraiva e a Cultura.
Longe da crise
Os investimentos da Livrarias Curitiba são anunciados justamente em um momento em que as principais redes de livrarias em atuação no país estão em crise. A Fnac, por exemplo, pagou R$ 130 milhões para a Livrarias Cultura assumir a marca francesa no país. A Fnac acumula prejuízo de R$ 325 milhões no Brasil e nunca emplacou por aqui, apesar de estar no país há mais de 20 anos.
O sócio da Livrarias Curitiba, Marcos Pedri, afirma o grupo paranaense se mantém no azul porque continua apostando no carro-chefe do grupo, o livro, e porque não entra na guerra de preços. A Livrarias Curitiba teve receita de R$ 263,8 milhões em 2016 e lucro líquido de R$ 42,7 mil.
“O livro tem margem de lucro maior e compramos pelo modelo de consignação, em que só pagamos para o fornecedor depois que vende. Também há mais margem para negociação de preços com o fornecedor”, explica Pedri. “Não sentimos segurança para apostar nos eletrônicos, que têm uma margem muito apertada e que não há espaço para negociação.”
No ano passado, a Livrarias Curitiba vendeu 5,6 milhões de livros. As categorias mais vendidas são os best-sellers, infantis, infatojuvenis, autoajuda e religiosos. Para este ano, a rede esperar aumentar em 5% a quantidade de livros vendidos.
O grupo também não briga com as outras redes para oferecer o preço mais baixo. Ao invés disso, foca no atendimento, na rapidez da entrega e no programa de fidelidade para atrair e manter os clientes. Pelo Encomenda Garantida, a rede entrega livros comprados na loja física ou no e-commerce em até dois dias na região de Curitiba. E o programa Leio+, de acúmulo de pontos, já possui mais de 900 mil cadastros.
Frequentar uma livraria é um ato social. Temos papel relevante na formação cultural do brasileiro.”
Marcos Pedri, sócio-diretor da Livrarias Curitiba
Diversificação canais de venda
Outro diferencial da rede para se manter no azul é a sua diversificação dos canais de venda. O varejo, que engloba as lojas físicas e o e-commerce, corresponde a 65% do faturamento da rede, mas as áreas de atacado, licitações e vendas corporativas já respondem por uma parcela significativa da receita total da empresa.
O canal atacado é o segundo de maior peso dentro do grupo. Ele responde por 35% das vendas de livros de toda corporação e tem cerca de mil clientes entre livrarias e colégios de pequeno, médio e grande porte de todo país. Além de livros, o atacado da Livrarias Curitiba vende materiais de escritório e suprimentos de informática.
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