Condomínio em Salvador, na Bahia, foi o primeiro da MRV a contar com painéis solares para geração de energia nas áreas comuns. | Foto: Divulgação/MRV

A construtora e incorporadora MRV está investindo R$ 800 milhões para instalar painéis solares em seus novos condomínios residenciais. O objetivo é ter todos os 220 mil lançamentos previstos até 2021 com a tecnologia capaz de transformar energia solar em energia elétrica para uso nas áreas comuns dos condomínios e, em alguns casos, dentro dos próprios apartamentos. O projeto começou em 2016 e a construtora entregará quase 24 mil imóveis em 67 condomínios com o sistema até o fim do ano.

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O primeiro empreendimento a receber a novidade foi construído em Salvador, na Bahia. Ele foi entregue no fim do ano passado. O conjunto tem 60 apartamentos divididos em três torres que contam com 66 painéis de energia solar instalados no telhado. Esses painéis convertem a energia solar em energia elétrica para uso nas áreas comuns do condomínio. A previsão é que, até o fim deste ano, o sistema gere 83.332 mil KWh de energia. 

Além do empreendimento em Salvador, a MRV já entregou, até o mês de junho, 8.334 apartamentos em condomínios com energia solar. Essas unidades estão espalhadas por dez estados do Brasil, o que não inclui o Paraná. Em alguns casos, os sistemas fotovoltáicos, além de atender a área comum, abastecem os próprios apartamentos. 

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Motivações

Luis Henrique Capanema, gestor executivo de suprimentos da MRV, afirma que a empresa decidiu investir em energia solar por causa de três motivos: sustentabilidade, novas resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e redução do custo. 

Ele explica que a produção em larga escala de painéis solares na China e as novas tecnologias de produção fizeram o custo do produto reduzir significativamente. A MRV tem como fornecedora a Alsol Energias Renováveis, que importa os painéis da China.

Outro ponto a favor do projeto foram as novas resoluções da Aneel, principalmente a 687, que permite adotar a energia solar em larga escala (e não só para consumo próprio), ligar esse sistema à rede elétrica e gerar créditos. 

Capanema diz que a redução do custo e a nova legislação facilitaram o investimento da MRV em sustentabilidade. “Eu acredito que daqui um tempo as pessoas vão deixar de comprar apartamentos sem painel solar. A MRV está sendo pioneira em entregar essa tecnologia.”

A construtora também tem vantagens financeiras com o projeto. Apesar de não citar em quantos por cento o preço de um imóvel aumenta com a tecnologia, a empresa admite que há uma valoração maior do apartamento. A empresa diz, ainda, que os imóveis sustentáveis têm mais apelo comercial e são vendidos mais rapidamente.

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Desafios

O projeto, porém, enfrenta alguns desafios. O primeiro seria o de difundir os benefícios dos painéis solares para a população, uma tecnologia ainda muito recente no Brasil. “Isso ainda é muito novo no Brasil, principalmente na faixa de renda que a gente atua, que são imóveis do Minha Casa Minha Vida”, diz Capanema.

A empresa também enfrenta barreiras logísticas para distribuição dos painéis, falta de fornecedores capacitados e de concessionárias locais já preparadas para atender a novidade. Em cada estado em que constrói um condomínio com painel solar, a MRV precisa apresentar um projeto à concessionária local de energia para conexão do sistema à rede elétrica. 

Os empecilhos, porém, não afetam o prazo de entrega das obras, segundo o executivo da MRV. A construtora tem a intenção de terminar o ano com 23.918 mil imóveis em 67 condomínios com painéis solares. Até 2021, a intenção é saltar para 220 mil imóveis, em todo o país.

Condomínios horizontais, com prédios com quatro ou cinco andares, normalmente recebem um sistema fotovoltáico capaz de gerar energia para as áreas comuns e para os apartamentos. Já condomínios verticais, com torres muito altas, que têm menos espaço no telhado, recebem um sistema que gera energia somente para as áreas comuns.