A Nestlé anunciou nesta terça-feira (5) um investimento de R$ 200 milhões na fábrica da Dolce Gusto em Montes Claros (MG), uma das quatro que existem no mundo.
O aporte será voltado para a construção de duas novas linhas de produção na planta para complementar as outras duas já existentes e em operação. Com isso, a produção de cápsulas de cafés e bebidas solúveis vai dobrar, de 400 milhões para 800 milhões por ano. A inauguração das novas linhas está prevista para abril e maio.
Essa é a única planta da Nescafé Dolce Gusto fora da Europa. Lá, as três estão distribuídas na Alemanha, Espanha e Irlanda. A brasileira tem o diferencial de produzir os mesmos blends europeus e equiparar a qualidade das 13 variedades dos produtos aqui fabricados usando somente matéria-prima brasileira — esses mesmos blends, na Europa, têm matéria-prima de outros países.
De acordo com Silvana Diaz, gerente da fábrica de Montes Claros, os blends que levam café têm em sua base os tipos de café arábica e conilon, ambos plantados e extraídos por cooperativas brasileiras. Com exceção do café, todos os insumos utilizados para a produção dos produtos vêm da fábrica de Araras, interior de São Paulo. Isso porque no Brasil a exportação do café verde é proibida — por isso a incessante busca por cafés nacionais que sejam “iguais”.
“É um produto cuja qualidade e padrão seguem a linha europeia, não pode existir uma diferença entre os produtos fabricados lá e aqui. Isso é resultado de um trabalho de mais de 12 meses para encontrar os cafés para a criação dos blends, um trabalho perfeccionista”, disse.
Para que isso seja possível, profissionais da empresa são treinados na sede europeia e existe um rígido controle de qualidade de cinco fases do café, que acontecem desde que o grão é comprado até sua torrefação e encapsulamento.
Além dos 13 produtos fabricados no site brasileiro — os cafés Espresso, Espresso Intenso, Barista, Matinal e as bebidas Capuccino, Café au lait, Chococcino, Nescau, Cortado, Latte Macchiatto, Vanilla Latte Macchiatto, Mocha e Chai —, outras variedades são vendidas no Brasil, todas importadas: Lungo, Ristretto, Nestea Pêssego e Limão, Marrakesh, Chococcino Caramel e Ardenza.
Sem revelar quais são, Pedro Feliu, diretor de Nescafé Dolce Gusto para o Brasil, afirmou que quatro deles passarão a ser produzidos na planta de Montes Claros nos próximos anos.
A fábrica foi inaugurada em 2016, fruto de um investimento de R$ 220 milhões. Contando a fábrica da marca Moça, de leite condensado, que fica ao lado, são 32 mil m² de área total, que, segundo o diretor, é um espaço já pensado para futuras expansões.