Novas lojas e melhor hambúrguer: os planos do Burger King para o Brasil

Segunda maior rede de fast food no Brasil, atrás somente do McDonald’s, o Burger King vai expandir a sua atuação no país. A empresa vai abrir capital e usar o dinheiro arrecadado em sua primeira oferta pública de ações para abrir novos restaurantes e quiosques, remodelar e atualizar tecnologicamente as atuais lojas e desenvolver novas marcas. Ao final do processo, espera consolidar sua posição entre as principais companhias de fast food do país e enfrentar, de vez, o líder McDonald’s.

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Na semana passada, o Burger King protocolou na Comissão Valores Mobiliários (CMV) o pedido de abertura de capital. A expectativa é que a rede faça a sua primeira oferta pública de ações (IPO) ainda neste ano. A quantidade, o preço das ações e a expectativa de arrecadação serão divulgados posteriormente.

Com o dinheiro que arrecadar durante o IPO, o Burger King vai investir para crescer no Brasil. A empresa vai atuar em três grandes frentes durante os próximos anos: aquisição e abertura de novos restaurantes; remodelagem e atualização tecnológica das atuais lojas e demais canais de venda; e desenvolvimento de novas marcas de fast food.

Abertura de novas lojas

A abertura de novos restaurantes será a principal estratégia da companhia durante os próximos anos. A empresa afirmou que vai investir milhões de reais para abrir novas lojas, principalmente em cidades que apresentam um crescimento econômico expressivo, inclusive da renda per capita da população. A intenção é levar para essas localidades o formato de restaurante de rua com drive thru, o mais caro da rede e que pode custar até R$ 4 milhões. A empresa ressalta, porém, que a conjuntura macroeconômica tem resultado em uma redução dos valores dos alugueis de imóveis, o que representa uma oportunidade para o segmento.

A companhia também quer expandir a sua rede de restaurantes através de franquias e da aquisição de empresas existentes. No caso da abertura de loja por franqueados, a rede afirma que eles poderão abrir novas lojas em cidades que não são o foco da empresa. Já a aquisição de redes de restaurantes que estão no mercado será feita de “forma seletiva”.

O Burger King quer, ainda, acelerar a abertura de quiosques. É o menor formato de loja que a rede oferece. Esse modelo vende somente itens de sobremesa, como sorvete e milk shake, e tem presença massiva em shoppings centers. Segundo a empresa, trata-se de um formato consagrado no país, com excelente margem e bom retorno de investimento.

A empresa destaca que já demonstrou capacidade para abrir até 81 restaurantes por ano.

Remodelagem e novas marcas

Além dos novos restaurantes, o Burger King vai remodelar e atualizar tecnologicamente as suas atuais lojas. A companhia destaca que vai aprimorar os canais de venda já existentes, como o aplicativo para celular e o delivery, e investir em novos formatos, como totens de autoatendimento. O objetivo das mudanças é aumentar as vendas e melhorar as margens de ganho de cada unidade.

Outra frente será a de pesquisa e desenvolvimento de novas marcas de fast food. A empresa, porém, não destacou na minuta do prospecto do pedido de abertura de capital o que planeja em termos de desenvolvimento de novas marcas.

Melhor hambúrger

O Burger King também quer ser a rede de fast food com “os melhores hambúrgueres do Brasil”. Apesar de não dar tantos detalhes de como alcançará esse status, a companhia destaca que seus hambúrgueres possuem um sabor único, fruto de produtos de qualidade superior, preparados em equipamentos desenvolvidos espacialmente para as cozinhas da rede.

Concorrência com McDonald’s

O Burger King é a segunda maior rede de fast food do país. Segundo dados da Euromonitor, o market share da companhia, em valor e volume de transações em 2016, foi de 4,2%, percentual que a deixou à frente de Subway (3,2%), Habib’s (2,1%) e Bob’s (1,7%) e atrás somente do McDonald’s (7,2%). No segmento de hambúrgueres, a participação de mercado do Burger King é de 31,6%, valor 18,7 pontos percentuais à frente do terceiro colocado, o Bob’s, e 20,6 pontos percentuais atrás do McDonald’s.

Apesar de perder para o McDonald’s, o Burger King apresenta taxas de crescimento maiores do que o seu rival. O faturamento da empresa cresceu 40,7% entre 2014 e 2015 e 20% entre 2015 e 2016, enquanto o resultado do McDonalds’ avançou apenas 11,8% e 0,1% entre os mesmos períodos, respectivamente.

O Burger King tem 628 restaurantes no país, sendo 492 lojas próprias e 136 franquias. Do total, a grande maioria está localizada na região Sudeste (432), seguido de Sul (82), Nordeste (55), Centro-Oeste (44), e Norte (15). Os dois formatos predominantes até aqui são os restaurantes em praça de alimentação e os quiosques. O McDonald’s tem 910 lojas no Brasil.