Novo Firefox, “o melhor já feito”, tenta recuperar usuários perdidos para o Chrome

A nova versão do Firefox para computadores promete consumir menos memória do computador e ser mais responsiva, mesmo em sites notoriamente pesados como o do Facebook. A promessa é da Fundação Mozilla e é bom que ela se cumpra. Após anos negligenciado, o navegador que reacendeu a disputa por esse mercado e já chegou a ter quase 1/3 dele, precisa de bons argumentos para atrair os milhões que migraram para o Chrome, do Google.

O Firefox 54 traz, nas palavras de Nick Nguyen, vice-presidente de produtos da Mozilla, “a maior alteração de código da nossa história”. Essa mudança profunda decorre de um projeto chamado Eletrólise, ou E10s, que consiste em dividir o navegador em múltiplos processos, uma prática já comum em navegadores concorrentes como o Safari, da Apple, e o próprio Chrome.

Nguyen explica que, dessa forma, “uma página pesada e complexa em uma aba tem um impacto muito menor na responsividade e velocidade nas demais abas. Separando as abas em processos distintos, fazemos melhor uso do hardware em seu computador, de modo que o Firefox consegue entregar a você mais da web que você adora, com menos esperas.”

A Mozilla afirma que a nova versão do Firefox é a melhor já lançada e que ela consome menos memória que os concorrentes nas três principais plataformas para computadores desktop – Windows, macOS e Linux. 

O projeto E10s é um passo importante na reestruturação das prioridades na Fundação Mozilla. Entre 2012 e o final de 2016, os esforços foram todos direcionados às versões do navegador para celulares e, principalmente, ao Firefox OS, a tentativa de criar um sistema operacional móvel alternativo, barato, feito com software livre e baseado na web, ao Android e iOS. Nesse período, o navegador para computadores foi negligenciado e ficou defasado em relação aos concorrentes diretos.

O Firefox OS foi engavetado em 2016 e, desde então, a Mozilla foca em avançar o estado do Firefox. Nota-se essa mudança no anúncio feito por Nguyen, que termina com um pedido: “se você deixou de usar o Firefox, dê outra chance. Achamos que você ficará impressionado”. Se essa e as mudanças prometidas para até o final de 2017 serão suficientes para estreitar o abismo que separa Firefox, hoje com 14,1% do mercado segundo a StatCounter, do líder Chrome, com 63,3%, só o tempo dirá.

O Firefox 54 é gratuito e pode ser baixado aqui – tem versões para Linux, macOS e Windows.