Estação rádio base| Foto: Carl Lender/Flickr

Com a popularização da internet 4G, que já está presente em 88 milhões de aparelhos segundo a consultoria Teleco, as operadoras voltam as suas atenções para uma nova tecnologia de transmissão de dados móveis. Trata-se do 4,5G ou 4G+, nomes comerciais para uma atualização que oferece internet mais rápida e mais estável que o 4G tradicional. A novidade, porém, ainda não está presente em todas as operadoras e áreas de cobertura e somente celulares de categorias intermediárias a superiores suportam se beneficiam dela.

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O que as operadoras chamam de 4,5G ou 4G+ é chamado tecnicamente de LTE-Advanced, ou seja, uma versão avançada do 4G. Ela consiste em combinar de duas a cincos faixas de transmissão para aumentar a largura da banda e permitir que uma quantidade maior de dados seja transmitida.

O LTE-Advance usa ainda múltiplas torres de transmissão, múltiplas antenas de recepção e uma tecnologia avançada de processamento de dados chamada de 256QAM. As torres de transmissão de dados são chamadas de estações rádio base e instaladas nas cidades pelas operadoras. Já as antenas de recepção estão dentro dos celulares.

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Com todos esses requisitos atendidos, é possível fazer com que mais dados passem em uma velocidade maior no sistema de transmissão e cheguem ao receptor com respostas mais rápidas e mais estáveis. O resultado é uma conexão à internet com sinal mais forte e taxas até cinco vezes mais rápidas do que o 4G tradicional, segundo Daniel Andrade Nunes, o professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).

Ele explica que a adoção do LTE-Advanced surgiu a partir do momento que as pessoas passaram a usar mais a internet e aplicações que consomem muitos dados, como os serviços de streaming. “Aqui no Brasil, o acesso à internet já está acontecendo mais por dispositivos móveis do que por computadores. É um tráfego de internet muito alto. Os serviços vão ficando cada vez mais exigentes, como Netflix e YouTube em HD, o que exige que a operadora aumente a disponibilidade do serviço.”

O CEO da plataforma Melhor Escolha, Jonas Justo, afirma, em artigo, que em testes de laboratório o LTE-Advanced chega a alcançar, em condições ideais, 300 Mbps de velocidade do download, com o consumidor recebendo, em média, 40 Mbps. Já no 4G tradicional, que não combina faixas de transmissão e que não usa múltiplas torres e antenas, a velocidade pode chegar a 150 Mbps, com o consumidor recebendo, em média, 14 Mbps. A velocidade média do 4G no Brasil, segundo dados da OpenSignal colhidos no primeiro trimestre de 2017, é de 19,2 Mbps.

Disponibilidade do 4,5G ou 4G+ no Brasil

No país, as operadoras começam a disponibilizar o serviço para algumas cidades. A Claro já oferece o 4,5G em Brasília e até o fim do ano vai disponibilizar em mais dez municípios (Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Florianópolis, Salvador, São Luís e Campinas). Segundo a operadora, a velocidade média é 45% superior na comparação com a do 4G tradicional.

Para oferecer o 4,5G, a Claro agrega a faixa de 1800 Mhz com a de 2600 Mhz. Nas cidades em que a faixa de 700 MHz está sendo liberada com o fim do sinal analógico de tevê, a operadora passa a agregar esse terceiro espectro. A operadora afirma que todos os clientes terão acesso ao 4,5G sem nenhum custo adicional, basta estar em um local com cobertura e ter um aparelho compatível com a tecnologia. No momento, os aparelhos compatíveis são Galaxy S8 e o S8+ e o Moto Z2 Force.

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A Vivo é outra operadora que oferece o LTE-Advanced, com o nome de 4G+. A novidade já está presente em 91 cidades, como as paranaenses Curitiba, Colombo, Francisco Beltrão, Pato Branco e Sarandi. Até o fim do ano, deve chegar a 100 municípios no país, incluindo grande parte das capitais. A operadora afirma que a velocidade do 4G+ é duas vezes mais rápida que o 4G atual.

E, assim como a Claro, a Vivo combina duas faixas de transmissão (2600 MHz e 1800 MHz) e, nas cidades em que a dos 700 MHz está liberado, passa a agregar essa terceira opção. O 4G+ está disponível para todos os clientes da Vivo que estão em áreas cobertas pela tecnologia e que possuem celulares de intermediários a superiores das marcas LG, Samsung, Motorola, Sony e Apple.

A TIM também conta com o LTE-Advanced, mas não dá nenhum nome especial à tecnologia e continua chamando apenas de 4G. A operadora também combina as faixas de 1800 MHz e 2600 MHz e, quando disponível, a de 700 MHz. A empresa afirma que até o fim do ano 400 cidades terão essa tecnologia disponível. A empresa não dá mais detalhes sobre velocidade, planos e aparelhos compatíveis. 

Procurada, a Oi não respondeu a reportagem.