O smartphone é um dos produtos mais versáteis que surgiram nos últimos anos. Com ele, as pessoas se distraem, se comunicam, tiram fotos, jogam e trabalham. Por ser pequeno, fácil de transportar e, em alguns casos, valioso, o smartphone também virou um alvo popular dos assaltantes. Existem algumas providências que podem ser tomadas para minimizar o transtorno caso o aparelho seja roubado, furtado ou perdido.
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Algumas dessas providências são preventivas e podem ser úteis em outras situações também como, por exemplo, em caso de o aparelho quebrar ou o usuário trocá-lo por outro. Outras providências devem ser tomadas logo após um eventual roubo ou furto e, nesses casos, a agilidade pode fazer a diferença.
Precauções
Smartphone é caro (em alguns casos, bem caro), mas para a maioria os dados que ele carrega são mais importantes – fotos, conversas e outras informações não têm preço. Por isso, a primeira coisa a se fazer ao comprar um smartphone é ativar algum tipo de senha de bloqueio.
Tanto Android quanto iPhone oferecem o recurso, com variadas formas de bloquear o acesso não autorizado. Uma bastante popular nos últimos anos tem sido a biometria: o celular só é liberado após reconhecer a impressão digital do dono. É válido. Mas, mesmo nesses casos, é importante fornecer uma senha forte, pois ela é obrigatória como método alternativo.
No iPhone, a senha é numérica e tem seis dígitos – ou seja, ela é fraca. A Apple contorna essa fraqueza restringindo o número de tentativas: cada erro aumenta o tempo de espera para que outra tentativa seja permitida. Opcionalmente, pode-se configurar o sistema para que apague todos os dados do iPhone após dez tentativas erradas. Para ativá-lo, abra o app em Ajustes, entre em Touch ID e Código e ative a opção “Eliminar Dados”.
O iPhone criptografa todos os dados por padrão e não dá a opção de remover essa proteção. Isso significa que mesmo que alguém tenha acesso aos seus dados sem a senha de desbloqueio, eles estarão embaralhados, sendo impossível lê-los.
No Android, o leque de opções é mais vasto, mas as configurações ideais não vêm pré-definidas em todos os aparelhos. Abra o app de configurações e entre na opção Segurança. Lá, verifique se Criptografar telefone está com o status “Criptografado” e no item Administradores do dispositivo, conceda permissão ao “Gerenciador de dispositivos Android” – só assim ele será capaz de bloquear e apagar o aparelho remotamente.
No Android, além da senha numérica existem outros tipos como o padrão e a alfanumérica. Dependendo da opção, ele pode ser mais difícil de adivinhar do que um iPhone. Outra saída interessante do sistema é o “Smart Lock”, que cria exceções ao bloqueio de tela. Por ali, é possível dispensar a senha ou uso da biometria para liberar o acesso quando você estiver em um determinado lugar (sua casa, por exemplo) ou o celular estiver próximo a um acessório Bluetooth pareado (fones de ouvido ou smartwatches, os relógios inteligentes).
Indica-se, também, manter um backup regular dos seus dados. No smartphone, serviços de backup automático na nuvem fazem esse trabalho de maneira transparente, sendo do tipo “configure e esqueça”.
Para o iPhone, a melhor opção é o iCloud, da própria Apple. Depois de configurado (ele vem pré-instalado no iOS), o iCloud passa a salvar na nuvem todos os dados gerados no dispositivo e escolhidos pelo usuário – fotos, contatos, lembretes, notas, e-mail e opções do navegador. Apps, como o WhatsApp, também recorrem ao iCloud para manter uma cópia dos dados. O único contra do iCloud é que o plano gratuito tem pouco espaço , apenas 5 GB. Planos maiores começam em US$ 0,99 por mês, valor que aumenta dez vezes o espaço (50 GB) e que costuma ser suficiente à maioria.
No Android, o Google Drive é o backup padrão. O funcionamento é o mesmo e o espaço da conta gratuita é mais generoso, de 15 GB. Além disso, fotos, que consomem bastante espaço, não são consideradas na cota.
Em ambas as plataformas, existem serviços de terceiros que cumprem funções similares. O mais popular é o Dropbox, que oferece apenas 2 GB de espaço no plano gratuito, mas é multiplataforma e mais rápido. Para quem alterna entre smartphones, tablets e computadores de marcas e que usam sistemas diferentes (Windows, Android e iOS, por exemplo), pode ser uma boa saída. Para aumentar o espaço no Dropbox, é preciso pagar US$ 10 por mês. Embora o preço seja salgado, o salto no espaço é generoso: vai para 1 TB.
É prática comum desligar recursos do smartphone a fim de economizar bateria ou dados do plano de telefona. As principais vítimas costumam ser o GPS e a conexão móvel.
Não é uma boa ideia fazer isso porque em caso de perda, o celular precisa estar conectado e com o GPS ativo para ser localizado através das ferramentas que ele tem pré-instaladas. De qualquer forma, o consumo ao manter esses recursos ativos, mas sem uso, é mínimo. GPS e Internet só consomem energia quando são requisitados pelos aplicativos.
O que fazer quando o celular é roubado
Se o seu smartphone for furtado ou roubado, existem algumas ações que podem ser tomadas a fim de reavê-lo ou, em último caso, bloquear o chip (seu número) e até o aparelho. Paralelamente, havendo conexão à Internet, é possível apagar remotamente todo o conteúdo do aparelho.
Apple (iOS) e Google (Android) oferecem nativamente ferramentas para localizar e apagar o conteúdo do smartphone. Esse recurso vem ativado por padrão e é habilitado no momento em que você faz login ou cria sua conta Apple ou Google, dependendo do sistema.
Para smartphones Android, visite o endereço https://myaccount.google.com/find-your-phone e faça login com a mesma conta em uso no smartphone perdido. Nesse site, o usuário pode fazer o smartphone emitir um som (útil quando você o perde dentro de casa), localizá-lo geograficamente através do Google Maps, bloquear o aparelho com a opção de deixar uma mensagem e um número de contato (ideal para quando ele foi perdido) e a exclusão remota de todo o conteúdo (“Considerar a limpeza do dispositivo”).
Para o iPhone, a saída é acessar o “Buscar meu iPhone” pelo navegador web (https://www.icloud.com/#find) ou usando outro dispositivo da Apple, como um iPad. A exemplo da solução do Google, na da Apple também é possível reproduzir um som para encontrar o iPhone, ativar o “Modo perdido” (bloqueia o uso e insere uma mensagem e um número de contato na tela) e excluir tudo remotamente (“Apagar iPhone”).
Note que essas soluções dependem de conexão à Internet para funcionarem. Se a bateria do smartphone perdido acabar ou o assaltante desligá-lo, elas não funcionarão.
Localização pelo IMEI
Em caso de roubo ou furto, Nilo Pasquali, gerente de regulamentação da Anatel, recomenda que a vítima registre um boletim de ocorrência na polícia e entre em contato com a operadora solicitando a desativação do chip.
A recomendação é a mesma do delegado Emmanuel David, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, que acrescenta outra medida importante: levar à delegacia o IMEI do celular.
O IMEI é um número único que cada celular tem – algo como um “RG dos celulares”. Em alguns aparelhos, ele aparece no compartimento da bateria ou nas configurações do sistema. Também está gravado na caixa do smartphone e na nota fiscal. Tenha essa informação guardada em local seguro.
Com o IMEI, explica David, a polícia consegue saber se outro chip foi ativado no celular e, com isso, chegar ou ao assaltante ou ao receptador, alguém que tenha comprado o celular do assaltante. Adquirir produto fruto de crime é crime e pode resultar em prisão.
Por isso, David recomenda não bloquear o IMEI, ou seja, o celular num primeiro momento, mas apenas o chip (a linha). Caso o bloqueio do aparelho aconteça, fica impossível rastrear o smartphone, já que ele não conseguirá se conectar às redes das operadoras.
Uma grande vantagem da abordagem pelo IMEI é que ela independe de acesso à Internet, bastando que o celular tenha sinal da operadora para poder ser localizado. A desvantagem é que o processo pode demorar, já que depende das operadoras: a polícia solicita a elas se houve alguma ativação de chip no aparelho com o IMEI especificado e, posteriormente, as operadoras retornam a solicitação. Esse processo pode levar até um mês.
De qualquer forma, o chip/a linha pode ser desativado sem prejuízo a essa abordagem – e acaba sendo uma boa, afinal, para a maioria é difícil de imaginar um mês sem seu número. A operadora Vivo informa que precisa apenas do número da linha, o RG e o CPF do titular. Após a desativação, o cliente tem até 180 dias para reativar seu número em um novo chip (ou reativar no antigo, caso o recupere), caso contrário, findo esse prazo a linha é cancelada automaticamente.
Para entrar em contato com o atendimento das operadoras, ligue para os seguintes números:
* Claro: 1052
* Oi: 10314
* TIM: 10341
* Vivo: 1058
O cancelamento também pode ser feito nas lojas das operadoras.
Passo a passo
* Se você teve o seu celular perdido ou roubado, vá à delegacia para registrar um boletim de ocorrência munido do IMEI do aparelho.
* Ajuda, também, tentar localizá-lo pelo “Busque meu iPhone” (iPhone) ou “Buscar seu smartphone” (Android). Por essas ferramentas, pode-se bloquear o acesso ao sistema e, em último caso, apagar remotamente todo o conteúdo do aparelho – mas, para isso, é preciso que ele ainda tenha acesso à Internet.
* Se essas ferramentas não surtirem efeito, ligue à operadora e solicite a desativação do chip – atenção, do chip, não do aparelho. Dessa forma, você poderá comprar um novo chip e reativar seu número sem atrapalhar a investigação da polícia, que depende apenas do IMEI para tentar localizá-lo.
* Se você já tinha um backup configurado e funcional no aparelho que foi subtraído, ao inserir seus dados em um novo, ele voltará quase ao estado do antigo: com todos os seus contatos, mensagens, fotos e outros dados.
* Caso a polícia não consiga encontrar o celular pelo IMEI, ligue novamente para a operadora e peça o bloqueio dele.
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