Registrar um boletim de ocorrência é a primeira atitude a ser tomada| Foto: Eli Duke/Flickr

O smartphone é um dos produtos mais versáteis que surgiram nos últimos anos. Com ele, as pessoas se distraem, se comunicam, tiram fotos, jogam e trabalham. Por ser pequeno, fácil de transportar e, em alguns casos, valioso, o smartphone também virou um alvo popular dos assaltantes. Existem algumas providências que podem ser tomadas para minimizar o transtorno caso o aparelho seja roubado, furtado ou perdido.

CARREGANDO :)

Siga @gpnovaeco no Twitter

LEIA MAIS notícias de negócios e tecnologia

Publicidade

Algumas dessas providências são preventivas e podem ser úteis em outras situações também como, por exemplo, em caso de o aparelho quebrar ou o usuário trocá-lo por outro. Outras providências devem ser tomadas logo após um eventual roubo ou furto e, nesses casos, a agilidade pode fazer a diferença.

Precauções

Bloqueio por senha ou biometria

TouchID, sistema biométrico do iPhone 

Smartphone é caro (em alguns casos, bem caro), mas para a maioria os dados que ele carrega são mais importantes – fotos, conversas e outras informações não têm preço. Por isso, a primeira coisa a se fazer ao comprar um smartphone é ativar algum tipo de senha de bloqueio.

Tanto Android quanto iPhone oferecem o recurso, com variadas formas de bloquear o acesso não autorizado. Uma bastante popular nos últimos anos tem sido a biometria: o celular só é liberado após reconhecer a impressão digital do dono. É válido. Mas, mesmo nesses casos, é importante fornecer uma senha forte, pois ela é obrigatória como método alternativo.

Publicidade

No iPhone, a senha é numérica e tem seis dígitos – ou seja, ela é fraca. A Apple contorna essa fraqueza restringindo o número de tentativas: cada erro aumenta o tempo de espera para que outra tentativa seja permitida. Opcionalmente, pode-se configurar o sistema para que apague todos os dados do iPhone após dez tentativas erradas. Para ativá-lo, abra o app em Ajustes, entre em Touch ID e Código e ative a opção “Eliminar Dados”.

O iPhone criptografa todos os dados por padrão e não dá a opção de remover essa proteção. Isso significa que mesmo que alguém tenha acesso aos seus dados sem a senha de desbloqueio, eles estarão embaralhados, sendo impossível lê-los.

Opções de segurança do Android 

No Android, o leque de opções é mais vasto, mas as configurações ideais não vêm pré-definidas em todos os aparelhos. Abra o app de configurações e entre na opção Segurança. Lá, verifique se Criptografar telefone está com o status “Criptografado” e no item Administradores do dispositivo, conceda permissão ao “Gerenciador de dispositivos Android” – só assim ele será capaz de bloquear e apagar o aparelho remotamente.

No Android, além da senha numérica existem outros tipos como o padrão e a alfanumérica. Dependendo da opção, ele pode ser mais difícil de adivinhar do que um iPhone. Outra saída interessante do sistema é o “Smart Lock”, que cria exceções ao bloqueio de tela. Por ali, é possível dispensar a senha ou uso da biometria para liberar o acesso quando você estiver em um determinado lugar (sua casa, por exemplo) ou o celular estiver próximo a um acessório Bluetooth pareado (fones de ouvido ou smartwatches, os relógios inteligentes).

Publicidade
Backup automatizado

Indica-se, também, manter um backup regular dos seus dados. No smartphone, serviços de backup automático na nuvem fazem esse trabalho de maneira transparente, sendo do tipo “configure e esqueça”.

Para o iPhone, a melhor opção é o iCloud, da própria Apple. Depois de configurado (ele vem pré-instalado no iOS), o iCloud passa a salvar na nuvem todos os dados gerados no dispositivo e escolhidos pelo usuário – fotos, contatos, lembretes, notas, e-mail e opções do navegador. Apps, como o WhatsApp, também recorrem ao iCloud para manter uma cópia dos dados. O único contra do iCloud é que o plano gratuito tem pouco espaço , apenas 5 GB. Planos maiores começam em US$ 0,99 por mês, valor que aumenta dez vezes o espaço (50 GB) e que costuma ser suficiente à maioria.

No Android, o Google Drive é o backup padrão. O funcionamento é o mesmo e o espaço da conta gratuita é mais generoso, de 15 GB. Além disso, fotos, que consomem bastante espaço, não são consideradas na cota.

Em ambas as plataformas, existem serviços de terceiros que cumprem funções similares. O mais popular é o Dropbox, que oferece apenas 2 GB de espaço no plano gratuito, mas é multiplataforma e mais rápido. Para quem alterna entre smartphones, tablets e computadores de marcas e que usam sistemas diferentes (Windows, Android e iOS, por exemplo), pode ser uma boa saída. Para aumentar o espaço no Dropbox, é preciso pagar US$ 10 por mês. Embora o preço seja salgado, o salto no espaço é generoso: vai para 1 TB.

Publicidade
Internet e GPS sempre ligados

É prática comum desligar recursos do smartphone a fim de economizar bateria ou dados do plano de telefona. As principais vítimas costumam ser o GPS e a conexão móvel.

Não é uma boa ideia fazer isso porque em caso de perda, o celular precisa estar conectado e com o GPS ativo para ser localizado através das ferramentas que ele tem pré-instaladas. De qualquer forma, o consumo ao manter esses recursos ativos, mas sem uso, é mínimo. GPS e Internet só consomem energia quando são requisitados pelos aplicativos.

O que fazer quando o celular é roubado

Se o seu smartphone for furtado ou roubado, existem algumas ações que podem ser tomadas a fim de reavê-lo ou, em último caso, bloquear o chip (seu número) e até o aparelho. Paralelamente, havendo conexão à Internet, é possível apagar remotamente todo o conteúdo do aparelho.

Apple (iOS) e Google (Android) oferecem nativamente ferramentas para localizar e apagar o conteúdo do smartphone. Esse recurso vem ativado por padrão e é habilitado no momento em que você faz login ou cria sua conta Apple ou Google, dependendo do sistema.

Publicidade

“Busque meu iPhone”, sistema de localização da Apple 

Para smartphones Android, visite o endereço https://myaccount.google.com/find-your-phone e faça login com a mesma conta em uso no smartphone perdido. Nesse site, o usuário pode fazer o smartphone emitir um som (útil quando você o perde dentro de casa), localizá-lo geograficamente através do Google Maps, bloquear o aparelho com a opção de deixar uma mensagem e um número de contato (ideal para quando ele foi perdido) e a exclusão remota de todo o conteúdo (“Considerar a limpeza do dispositivo”).

Para o iPhone, a saída é acessar o “Buscar meu iPhone” pelo navegador web (https://www.icloud.com/#find) ou usando outro dispositivo da Apple, como um iPad. A exemplo da solução do Google, na da Apple também é possível reproduzir um som para encontrar o iPhone, ativar o “Modo perdido” (bloqueia o uso e insere uma mensagem e um número de contato na tela) e excluir tudo remotamente (“Apagar iPhone”).

Note que essas soluções dependem de conexão à Internet para funcionarem. Se a bateria do smartphone perdido acabar ou o assaltante desligá-lo, elas não funcionarão.

Localização pelo IMEI

Em caso de roubo ou furto, Nilo Pasquali, gerente de regulamentação da Anatel, recomenda que a vítima registre um boletim de ocorrência na polícia e entre em contato com a operadora solicitando a desativação do chip.

Publicidade

A recomendação é a mesma do delegado Emmanuel David, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, que acrescenta outra medida importante: levar à delegacia o IMEI do celular.

O IMEI é um número único que cada celular tem – algo como um “RG dos celulares”. Em alguns aparelhos, ele aparece no compartimento da bateria ou nas configurações do sistema. Também está gravado na caixa do smartphone e na nota fiscal. Tenha essa informação guardada em local seguro.

Com o IMEI, explica David, a polícia consegue saber se outro chip foi ativado no celular e, com isso, chegar ou ao assaltante ou ao receptador, alguém que tenha comprado o celular do assaltante. Adquirir produto fruto de crime é crime e pode resultar em prisão.

Por isso, David recomenda não bloquear o IMEI, ou seja, o celular num primeiro momento, mas apenas o chip (a linha). Caso o bloqueio do aparelho aconteça, fica impossível rastrear o smartphone, já que ele não conseguirá se conectar às redes das operadoras.

Uma grande vantagem da abordagem pelo IMEI é que ela independe de acesso à Internet, bastando que o celular tenha sinal da operadora para poder ser localizado. A desvantagem é que o processo pode demorar, já que depende das operadoras: a polícia solicita a elas se houve alguma ativação de chip no aparelho com o IMEI especificado e, posteriormente, as operadoras retornam a solicitação. Esse processo pode levar até um mês.

Publicidade

De qualquer forma, o chip/a linha pode ser desativado sem prejuízo a essa abordagem – e acaba sendo uma boa, afinal, para a maioria é difícil de imaginar um mês sem seu número. A operadora Vivo informa que precisa apenas do número da linha, o RG e o CPF do titular. Após a desativação, o cliente tem até 180 dias para reativar seu número em um novo chip (ou reativar no antigo, caso o recupere), caso contrário, findo esse prazo a linha é cancelada automaticamente.

Para entrar em contato com o atendimento das operadoras, ligue para os seguintes números:

* Claro: 1052

* Oi: 10314

* TIM: 10341

Publicidade

* Vivo: 1058

O cancelamento também pode ser feito nas lojas das operadoras.

Passo a passo

* Se você teve o seu celular perdido ou roubado, vá à delegacia para registrar um boletim de ocorrência munido do IMEI do aparelho.

* Ajuda, também, tentar localizá-lo pelo “Busque meu iPhone” (iPhone) ou “Buscar seu smartphone” (Android). Por essas ferramentas, pode-se bloquear o acesso ao sistema e, em último caso, apagar remotamente todo o conteúdo do aparelho – mas, para isso, é preciso que ele ainda tenha acesso à Internet.

* Se essas ferramentas não surtirem efeito, ligue à operadora e solicite a desativação do chip – atenção, do chip, não do aparelho. Dessa forma, você poderá comprar um novo chip e reativar seu número sem atrapalhar a investigação da polícia, que depende apenas do IMEI para tentar localizá-lo.

Publicidade

* Se você já tinha um backup configurado e funcional no aparelho que foi subtraído, ao inserir seus dados em um novo, ele voltará quase ao estado do antigo: com todos os seus contatos, mensagens, fotos e outros dados.

* Caso a polícia não consiga encontrar o celular pelo IMEI, ligue novamente para a operadora e peça o bloqueio dele.