Apesar de ser alvo da maior recuperação judicial do país e de ter fechado 2016 no vermelho, a Oi pretende pagar, em média, R$ 15,3 milhões a cada um de seus três diretores estatutários em 2017. A remuneração é mais de quatro vezes superior à estimada pelas rivais Vivo e TIM.
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O total a ser pago pela Oi aos executivos deve somar R$ 45,8 milhões caso o valor seja aprovado na assembleia do dia 28 de abril, contra R$ 10,9 milhões na Vivo e R$ 27,2 milhões na TIM, que tem cinco diretores a mais.
A proposta de pagamento aos diretores da Oi este ano inclui uma remuneração fixa composta por R$ 10,3 milhões em salário, R$ 2,7 milhões em benefícios diretos e indiretos, além de R$ 9,3 milhões de INSS. Outra fatia virá de remuneração variável. Nessa conta entram R$ 21,6 milhões estimados em bônus ou R$ 7,2 milhões por cabeça. Além disso, há R$ 1,3 milhão de remuneração baseada em ações e R$ 562,2 mil de pós-emprego (previdência privada).
Mesmo na bancarrota, em 2016 a operadora pagou R$ 31,5 milhões à diretoria, sendo R$ 12 milhões em bônus. Caso os valores para 2017 sejam referendados, a remuneração a ser paga aos diretores terá um salto de 45,5%. O bônus, usado para premiar profissionais pelo cumprimento de metas, será 79% mais alto, embora a operadora tenha fechado 2016 com prejuízo de R$ 7,1 bilhões.
A diretoria da Oi busca aprovar uma nova versão de seu plano de recuperação judicial, mas enfrenta a resistência de credores. Paira ainda sobre a empresa uma possível intervenção do governo por meio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Oi foi procurada, mas preferiu não comentar.
A comparação entre os valores pagos pelas três operadoras é uma ferramenta importante para o investidor tomar suas decisões. Pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), companhias abertas deveriam informar não só a remuneração média, mas a máxima e a mínima de seus administradores. No entanto, dezenas delas omitem o dado com base em uma liminar.
Ativista da área de governança e investidor, o ex-diretor da Previ Renato Chaves calculou a média por diretor a partir da remuneração total prevista para 2017 informada nos manuais de assembleia e formulários de referência de 34 companhias. Em guerra contra a sonegação de informações, ele instigou a CVM a apurar se há conflito de interesse na decisão de 28 companhias abertas de ocultarem os valores detalhados.
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