Um papagaio chamado Buddy comprou um jogo de caixas de presente por £ 10, equivalente a R$ 42, em Londres, Reino Unido. Poderia ser o início de uma piada ruim, mas a situação realmente ocorreu, segundo o jornal britânico The Sun.
Corienne Pretorius, dona de Buddy, foi surpreendida com uma encomenda entregue pela Amazon. Depois de confrontar marido e filho e ambos terem se declarado inocentes, as suspeitas recaíram no papagaio de cinco anos de idade.
Obviamente o animal não sacou seu celular nem ligou um notebook para fazer a compra. Em vez disso, ele usou a voz para pedir à Alexa, assistente virtual da Amazon, que enviasse caixas de presente para casa. Corienne sabia que os dois conversavam e que Buddy a imitava, mas não imaginou que uma compra fosse viável. Quando perguntou à assistente qual havia sido a última compra feita em sua conta, ela diz que “riu alto porque sabia que tinha sido o Buddy”.
Segundo Corienne, Buddy “é hilário” e, além dela, vive imitando o gato da família.
Como isso é possível?
A Amazon comercializa, desde 2014, caixas de som inteligentes chamadas Echo. A inteligência artificial presente nela tem uma personalidade e um nome, Alexa, que interage com as pessoas em conversas faladas. Não é preciso imitar a voz do dono da conta para fazer compras — atualmente, Alexa é incapaz de distinguir pessoas —, o que facilita compras acidentais feitas por crianças, por exemplo. Ou papagaios.
Para que as compras funcionem, é preciso configurar um cartão de crédito e habilitar a compra com um clique na conta da Amazon. A de Corienne estava configurada dessa forma. O Echo, conta ao The Sun, foi adquirido há quatro meses e até então só havia sido usado para ouvir música e criar listas de tarefas.
Um porta-voz da Amazon informou que é preciso confirmar as compras feitas por voz dizendo “sim” após feito o pedido, e que, opcionalmente, os consumidores podem desativar a compra por voz ou ativar a exigência de um código de confirmação. Ele ressaltou, ainda, que compras realizadas com o auxílio da Alexa podem ser devolvidas sem qualquer custo.
Testemunha criminal e grampo
O Echo já esteve no centro de outra situação inusitada. Em janeiro, a Amazon recebeu uma ordem da polícia de Arkansas, nos Estados Unidos, para que cedesse as gravações de uma unidade do Echo de propriedade de James Andrew Bates. Ele era acusado do homicídio de um homem encontrado morto em sua banheira, em novembro de 2015, e as autoridades acreditavam que gravações do Echo poderiam auxiliar nas investigações.
A Amazon se recusou a entregar as gravações, alegando que, embora o Echo mantenha seus microfones sempre ligados, a maioria das gravações não são salvas por mais do que alguns segundos a fim de determinar se a palavra-chave de ativação (“Alexa”) foi dita ou não. As gravações após o comando ficam salvas na nuvem da Amazon e são usadas para aperfeiçoar os algoritmos de interpretação de fala.
Em agosto deste ano, o pesquisador de segurança Mark Barnes descobriu uma falha grave em unidades do Echo fabricantes até 2016 que permite a instalação de um vírus que transforma o dispositivo em um grampo permanente. Embora exija acesso físico ao dispositivo, o que dificulta ataques, a falha não pode ser corrigida, o que significa que a única saída para consumidores preocupados é comprar uma versão mais nova, livre do problema, e abandonar a antiga.
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