A Papua Nova Guiné, país do sudeste asiático com 6,2 milhões de habitantes, bloqueará o Facebook durante um mês para estudar a maneira como a população usa a rede social e desenvolver ferramentas de combate às “fake news”.
A informação foi dada pelo ministro da comunicação do país, Sam Basil, e veiculada por publicações locais como o Papua New Guinea Today e o Post-Courier . “O tempo permitirá a coleta de informações para identificar usuários que se escondem atrás de contas falsas, usuários que enviam imagens pornográficas, usuários que publicam informações falsas enganosas no Facebook [para] serem filtradas e removidas”, disse.
O objetivo, ainda de acordo com Basil, é permitir que pessoas com identidades reais usem a rede social responsavelmente.
Além dessa filtragem, o bloqueio do Facebook por um mês permitirá que o ministério e o Instituto Nacional de Pesquisa da Papua Nova Guiné estudem o impacto da rede social no bem-estar e no progresso da nação.
Basil não descarta, a depender dos resultados, a criação de uma rede social para os cidadãos papuásios.
Entre especialistas, a ideia é vista com receio. Ao The Guardian , o Dr. Aim Sinpeng, especialista em mídia digital e política da Universidade de Sidnei, disse não entender o motivo para o bloqueio, pois pesquisas como a proposta podem ser conduzidos sem ele. Outra preocupação é com os dados que o governo coletará.
Chama a atenção de Sinpeng, também, a baixa penetração da internet na Papua Nova Guiné, onde apenas 12% da população tem acesso — e a maior parte desses cidadãos usa o Facebook. “Um banimento não é viável em países com 60-70% de penetração [da internet]”, disse. Para ele, o fato de um país onde a internet é pouco difundida manifestar receios com o Facebook demonstra como as preocupações com redes sociais é geral.
Ainda não há previsão para o início do mês de bloqueio do Facebook na Papua Nova Guiné.