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Perguntas e respostas sobre os ataques cibernéticos

Na tela de uma estação de trem alemã, o detalhe do aviso enviado pelos hackers: “Oops, seus arquivos foram criptografados”. | P. Goetzelt/AFP
Na tela de uma estação de trem alemã, o detalhe do aviso enviado pelos hackers: “Oops, seus arquivos foram criptografados”. (Foto: P. Goetzelt/AFP)

O ataque cibernético que afeta mais de cem países continua se propagando pelo mundo, com estudantes chineses incapazes de acessar suas teses e dissertações, médicos britânicos cancelando cirurgias e passageiros sendo recebidos por mensagens de hackers em telas de “chegadas e partidas” em estações de trem da Alemanha.

Dúvidas

Há indícios de que os hackers exploraram uma falha do sistema operacional da Microsoft, principalmente do Windows XP, descoberta pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), aquela, do Edward Snowden.

Para proteger os computadores equipados com o seu sistema operacional, a Microsoft divulgou uma nova atualização para o Windows após a divulgação dos ataques.

Em um blog, a Microsoft ressaltou ter publicado em março uma atualização para impedir esse tipo de ataque (em inglês). A empresa também recomenda aos usuários do Windows Defender outra atualização disponível. O novo sistema operacional Windows 10 não é afetado pelo ataque, comunicou a empresa.

“Em março publicamos uma atualização de segurança direcionada a essa falha que esses ataques estão explorando. Aqueles que têm Windows Update habilitado estão protegidos contra os ataques a essa falha. Para todas as organizações que não tinham aplicado a atualização de segurança, sugerimos que baixem o boletim de segurança da Microsoft MS17-010 em seus computadores imediatamente”, indicou a empresa em seu blog.

De acordo com o “New York Times”, a falha e uma ferramenta para explorá-la se tornaram públicas em abril, pelas mãos do coletivo Shadow Brokers, formado por hackers.

Os Estados Unidos foram muito menos afetados do que outras nações porque um especialista britânico em segurança cibernética interrompeu o ataque acidentalmente e, tudo indica, temporariamente, já que a descoberta feita por ele pode ser vencida pelos hackers numa revisão do malware.

Brasileiros

O Brasil não escapou da ação dos cibercriminosos. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou que “o ataque também ocorreu no Brasil em grande quantidade, por meio de e-mails com arquivos infectados”. Os reflexos foram pontuais na administração pública, mas, ainda assim, os serviços nas agências do INSS foram suspensos em todo o país.

O que já se sabe

Especialistas em segurança cibernética identificaram o malware como uma variação do vírus WannaCry, um ransomware.

Um ransomware pode ser descrito como um tipo de vírus que “sequestra” as informações de um computador, criptografando os dados, e exigindo um resgate para devolver o acesso às informações da máquina. O resgate é estabelecido em dólares e pago na forma bitcoins, um tipo de moeda virtual que mantém o anonimato de quem a manipula.

Por hora, os hackers estão exigindo um resgate de US$ 300 por máquina, ou R$ 936 pela cotação do dólar comercial.

De acordo com as notícias publicadas pelo “Washington Post” e pelo “New York Times”, pelo menos 45 hospitais britânicos foram atingidas pelos hackers, impedindo os médicos de acessarem informações sobre os pacientes. Não foram reportadas mortes entre as consequências dos ciberataques.

Cálculos feitos por especialistas indicam que os bandidos podem faturar mais de US$ 1 bilhão (ou R$ 3,12 bilhões) de indivíduos ao redor do mundo até que expire o deadline estipulado por eles.

Entre as empresas atingidas em várias partes do mundo, se destacam a montadora Renault na França, a espanhola Telefónica, a alemã Deutsche Bahn (de trens) e o serviço nacional de saúde do Reino Unido (NHS, na sigla inglesa).

Ao todo, pelo menos 45 mil ataques foram reportados em cerca de cem países.

O país que mais sofreu com os ataques até o momento foi a Rússia, seguida da Ucrânia, da Índia e de Taiwan.

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