| Foto: Pixabay

Um pedaço de papel com uma fita adesiva no verso, que pode ser colado em diferentes superfícies e retirado em seguida, sem danificações. Os post-its parecem ter nascido de uma ideia simples, mas eles são o resultado de uma tecnologia única e da colaboração entre funcionários da 3M, empresa criadora do bloquinho.

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Tudo começou em 1968, quando Spencer Silver, químico americano que trabalhava no laboratório da 3M, desenvolveu um adesivo de baixa aderência, mas não encontrou uma utilização imediata para a invenção. Durante alguns anos, ele trabalhou em cima de como tornar o adesivo útil, mas a solução só foi encontrada em 1974, quando seu colega de empresa teve uma ideia.

Art Fry cantava no coro de uma igreja e costumava marcar as músicas com pedaços de papel. Um dia, quando foi se levantar para cantar, os papeis todos se espalharam pelo chão e o cientista pensou como poderia grudar as anotações na partitura sem que o papel fosse danificado. Foi então que ele lembrou da invenção de Spencer Silver.

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No início, eles não entendiam muito bem como o produto iria funcionar. Então, criaram uma remessa de adesivos e distribuíram entre os funcionários da companhia para sentir como o produto seria aceito e usado. A invenção logo virou sucesso dentro da 3M e, em 1980, o post-it foi lançado no mercado.

“É uma história que tem tudo a ver com o que buscamos na 3M, que é sempre a inovação. Art Fry identificou uma solução e percebeu que a combinação de papel com adesivo era algo inovador”, afirma Mozart Carvalho, gerente de marketing e vendas da divisão de papelaria e escritório da 3M, setor responsável pelo produto.

Produto sobrevive ao mundo digital

Mesmo com a facilidade proporcionada pelos smartphones e aplicativos, os post-its continuam entre os itens mais vendidos para escritórios no mundo todo. Mas, diante de novas tendências e das mudanças no comportamento do consumidor, o produto também foi adaptado para continuar cada vez mais atual em um mundo super conectado.

De acordo com Carvalho, a 3M notou algumas mudanças no uso dos post-its nos últimos anos. Entre elas, está o crescente uso “vertical” dos adesivos, ou seja, a utilização dos adesivos em estruturas verticais como painéis e quadros durante processos como de brainstorm e design thinking.

Quando percebeu esse movimento de mercado, a companhia desenvolveu um adesivo duas vezes mais forte, com maior adesão para ser fixado na vertical e com a mesma característica de removê-lo sem danificar a superfície onde foi colado. “Inovar passa primeiro pela capacidade de escutar o seu cliente, entender quais suas reais necessidades, e a partir daquilo construir a verdadeira solução”, afirma Carvalho.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Outra fator que ajuda o post-it a resistir ao tempo é a variedade. “Pesquisas atuais mostram que os consumidores querem cores e formatos diferentes para que as possibilidades de organização sejam maiores. Post-its carregam muito a fama de ajudar a organizar e aumentar a produtividade.”

Os post-its são vendidos em mais de 150 países e existem mais de 4 mil itens com a marca Post-it. Os itens têm formatos, tamanhos, cores, apresentação e aplicações diferentes. No Brasil, são vendidos 68 produtos diferentes com a marca, entre notas adesivas, porta notas adesivas e marcadores de páginas.

A 3M possui patente dos post-its e da cor amarelo-canário, a mais tradicional do produto. “Nos preocupamos mais em desenvolver as tecnologias e a partir delas construirmos novas soluções. A 3M, até 2014, já possuía mais de 100 mil patentes de produtos variados”, conta Carvalho.

A companhia, fundada nos Estados Unidos, tem cerca de 90 mil funcionários e mais de 55 mil produtos, como os post-its e itens para diversos segmentos como automotivo, comercial e construção civil.

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No Brasil, o grupo conta com cinco fábricas instaladas no estado de São Paulo, que compõem a 3M do Brasil, além das empresas 3M Manaus, instalada no Amazonas e a Capital Safety, que opera no Paraná. O grupo tem, no país, cerca de 3,5 mil funcionários e faturou R$ 3,6 bilhões em 2016.