Eurico Teles, presidente da Oi, fazendo sinal de positivo durante a assembleia que aprovou o plano de recuperação judicial da operadora.| Foto: ©Paula Johas_F3Divulgação

Após a aprovação do plano de recuperação judicial da Oi, o presidente da operadora, Eurico Teles, afirmou nesta quarta-feira (20) que a companhia "está pronta para qualquer um que queira comprar ela". A empresa tem recebido manifestação de interesses de possíveis compradores, incluindo chineses, mas até agora não houve propostas formais.

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"É uma companhia que tem abrangência, que tem capilaridade como poucas", disse ele, em entrevista após a assembleia de credores que aprovou o plano de recuperação depois de 18 meses de negociações e embates entre acionistas e credores.  A Oi é a maior concessionária de telefonia do país e tem cerca de 63 milhões de clientes em telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura.

O interesse de dois dos maiores grupos de telecomunicações do mundo – a China Telecom e a China Mobile – em comprar parte da Oi começou a ser noticiado no segundo semestre deste ano. A China Telecom foi a companhia que chegou mais perto de fazer uma proposta formal, mas recuou diante da dificuldade de a operadora resolver sua crise com acionistas, credores e o próprio governo.

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A China Telecom estaria disposta a investir de R$ 10 bilhões a R$ 20 bilhões na Oi em troca de até 70% da operadora.  Mas, segundo noticiou o Estadão, eles desistiram de fazer uma proposta formal e preferiram esperar o desfecho do plano de reestruturação da empresa. Os chineses também teriam condicionado o investimento a uma mudança na Lei Geral des Telecomunicações, que prevê que as operadoras de telefonia fixa podem mudar do regime de concessão para autorização, com liberdade de preços e sem a obrigação de universalização dos serviços. O projeto está parado no Senado. 

Entenda o caso

Maior empresa de telefonia do país, a Oi pediu recuperação judicial em junho de 2016, com uma dívida de cerca de R$ 64 bilhões. O plano aprovado na madrugada desta quarta reduz a dívida financeira para R$ 23,9 bilhões e garante um aporte de R$ 4 bilhões, em troca de participação acionária para os maiores credores.  

Teve grande apoio dos detentores de títulos internacionais, mas desagradou acionistas minoritários, incluindo a holding Pharol e o empresário Nelson Tanure, os maiores deles, pela diluição de suas fatias. Tanure chegou a tentar barrar a assembleia na Justiça, mas foi derrotado em primeira e segunda instância. 

O plano também foi rejeitado pela AGU (Advocacia Geral da União) e pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), por propor o parcelamento de dívidas públicas, o que não tem amparo legal, segundo eles.  

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Teles disse que não espera reviravoltas judiciais após a aprovação, diante da expressiva votação a favor do plano. "É unanimidade que o plano é bom", argumentou.  

O plano prevê a instalação de um conselho de administração de transição, que terá três representantes dos credores, dois da Pharol e dois do fundo Société Mondiale, ligado à Tanure, além de três conselheiros independentes.  

Teles permanecerá no cargo por um ano, até que a operação seja concluída e diz acreditar que a operação de capitalização da companhia seja realizada antes desse prazo.