Smartphone Xiaomi Mi 5.| Foto: Maurizio Pesce/Flickr

A fabricante chinesa Xiaomi, conhecida pelos seus smartphones de ponta com bom custo-benefício, abriu oficialmente a solicitação para o que se espera que seja a maior abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) do mundo desde a listagem do Alibaba, que levantou US$ 25 bilhões em 2014. De acordo com a Bloomberg , esta oferta pública tornará 56 pessoas novos milionários. 

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O grupo é formado pelos primeiros funcionários da Xiaomi, criada em 2010 com o objetivo de fabricar e vender smartphones tão bons quanto os da Apple e Samsung, mas cobrando preços mais acessíveis. De acordo com os cálculos da publicação, os US$ 11 milhões que o grupo investiu na empresa podem valer entre US$ 1 bilhão e US$ 3 bilhões, a depender do valor da oferta inicial de ações.

Na média, caso a fatia valha US$ 2 bilhões (meio termo das projeções), a divisão resultará em US$ 36 milhões para cada um dos 56 funcionários investidores.

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O interesse inicial dos funcionários foi tão grande que Lei Jun, idealizador e CEO da Xiaomi, estabeleceu um limite para o investimento de cada funcionário, de cerca de US$ 47 mil, a fim de evitar que eles contraíssem dívidas apenas para apostar na empresa onde trabalhavam.

A Xiaomi surgiu da mente de Jun, que na época já era uma celebridade da cena de tecnologia chinesa. Ele foi líder de desenvolvimento da Kingsoft e investia em pequenas startups locais. Jun conseguiu atrair sete cofundadores de empresas como Microsoft e Google, e investimentos que, já no primeiro ano de operação da empresa, a valorizaram em US$ 250 milhões. Também de acordo com cálculos da Bloomberg, o IPO deve tornar cinco cofundadores bilionários — somente a fatia de Jun pode chegar a US$ 27 bilhões. Atualmente, o valor de mercado da Xiaomi é estimado em US$ 100 bilhões.

Além do smartphone

Com frequência, a Xiaomi é considerada a “Apple chinesa” pela qualidade e sofisticação dos seus smartphones. Além deles, a empresa também vende outros produtos tecnológicos, como um patinete elétrico, TVs e um notebook, e até alguns curiosos, caso dos purificadores de água e ar, e dos óculos que prometem filtrar a luz azul emitida por telas que, de acordo com alguns estudos, prejudica o sono.

O modelo de negócio da Xiaomi, que seria pioneiro de acordo com Jun, consiste em vender smartphones e outros produtos praticamente a preço de custo para, na sequência, lucrar com serviços e publicidade distribuídos por eles. Análise da Bloomberg do prospecto do IPO da Xiaomi revelou que, embora os “serviços de internet” tenham trazido apenas 8,6% do faturamento da empresa em 2016 e 2017, eles representaram 39% do lucro bruto da companhia. Dentro dessa categoria, os anúncios publicitários representaram 57% do total.

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O IPO da Xiaomi, previsto para o fim do ano, ocorrerá na Bolsa de Hong Kong.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]