Uma parceria entre a AES Tietê e a Drogaria Araujo, de Minas Gerais, fornecerá eletricidade gerada a partir de energia solar para alimentar mais de 140 unidades da rede de farmácias. A energia virá de uma planta solar, de 5 MW, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, próxima à usina de Água Vermelha, no regime de geração distribuída. Ela deve entrar em operação até o fim de 2018.
“O projeto possibilita a geração própria de energia para nossas lojas. Isso permite que a Drogaria Araujo reforce seu compromisso com os clientes e comunidade, colaborando para um futuro mais sustentável, priorizando como benefício a energia renovável. O resultado é uma solução de consumo responsável aliada à redução de custos”, defende Modesto Araujo, presidente da Drogaria Araujo.
A rede não informou qual foi o valor do investimento na planta solar.
Segundo Araujo, a rede mineira sempre procura por alternativas em energia. Em 2010, adotou a iluminação LED em todas as suas lojas, que tem metragens acima de 400 m² (o dobro da média do setor). “Investir em um projeto de geração distribuída é mais uma iniciativa importante para nosso negócio. Junto com a AES Tietê, vamos garantir um consumo mais eficiente, reduzir custos e contribuir com a produção de energia renovável”, diz o executivo.
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A energia distribuída, uma das principais apostas de fornecedoras como a AES Tietê para alavancar a energia renovável de outra fonte que não a hídrica, caracteriza-se pela dispensa de gastos em transmissão e redução das perdas nos sistemas. Consistem em pequenas usinas, instaladas próximas ao ou no próprio cliente que irá consumir a energia gerada. Em janeiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a potência instalada no Brasil de geração distribuída estava próxima a 250 MW.
No caso da Drogaria Araujo, as principais vantagens para a rede de farmácias serão a economia e a previsibilidade financeira derivadas da nova fonte energética. “Pagaremos menos pela geração de nossa própria energia e ganhamos previsibilidade nos pagamentos em relação ao que pagamos hoje, mas continuamos conectados à CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), que receberá os créditos da energia para abatimento do consumo diretamente na conta de energia”, explica Araujo.
Além do interesse das empresas em economizar, há um trabalho paralelo de conscientização. “Nossa visão é de consumidor varejista”, diz Araujo. “Isso ainda é algo muito novo para nós, que não somos especialistas no tema. Por isso, foi fundamental essa parceria com a AES Tietê. Quando procuramos a companhia, tínhamos muitas dúvidas; sabíamos do potencial de energia solar no Brasil e em Minas Gerais, da adesão de varejistas e um pouco sobre a legislação vigente”.
Energia solar se torna cada vez mais atrativa
Rogério Jorge, diretor de relacionamento com cliente da AES Tietê, diz que há planos de muitas outras usinas de energia distribuída para vender a diversos setores do varejo, indústria, empresas financeiras e de alimentos.
Até o ano de 2020, a AES Tietê quer dobrar sua geração de caixa apostando em energia solar e eólica. Para isso, investe em parques eólicos e plantas solares tanto para prover energia elétrica distribuída quanto centralizada.
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Há três grandes fatores que tornam a energia solar mais atrativa no Brasil: o barateamento da tecnologia (não só de painéis fotovoltaicos, mas de toda a infraestrutura relacionada), o aumento da tarifa da energia elétrica, e avanços regulatórios propostos pela Aneel.
“Se antes a energia solar custava caro e economizava pouco, agora ela é barata e economiza muito”, diz. Segundo ele, o custo-benefício começou a se mostrar mais claro depois de 2014, quando a tarifa da energia elétrica subiu.
De acordo com levantamento da revista Exame, o preço dos equipamentos fotovoltaicos caiu 80% no mundo durante os últimos dez anos, enquanto o valor das tarifas de energia elétrica subiu 44% nos últimos seis. E já são 23 estados onde há isenção de impostos produzidas pelos autogeradores no Brasil.
Atualização (23/5, às 16h15): A matéria original informava que a AES Tietê tinha, sozinha, capacidade de mais de 300 MW em geração distribuída de energia. Na realidade, a capacidade total instalada no Brasil é de 247,3 MW, segundo dado da Aneel de janeiro de 2018.