Impulsionada pelo crescimento das exportações, a Renault anunciou nesta terça-feira (1º) investimentos de R$ 750 milhões para construir uma nova fábrica e para ampliar uma das plantas já existentes no Paraná. A empresa vai construir uma fábrica de injeção de alumínio e ampliará a planta de motores, ambas no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. As obras fazem parte da segunda etapa do programa Paraná Competitivo e serão subsidiadas pelo governo do estado.
A Renault vai construir no Complexo Ayrton Senna, ao lado das plantas já existentes, a Curitiba Injeção de Alumínio (CIA), com investimento de R$ 350 milhões. A fábrica ocupará uma área construída de 14,5 mil metros quadrados, equivalente a 20 campos de futebol, e a previsão é que ela entre em operação em janeiro de 2018. As obras já começaram.
No ano que vem, a nova fábrica será responsável por iniciar a produção em série de duas linhas de injeção: uma de alta pressão e outra de baixa pressão. A linha de baixa pressão será utilizada para produzir o cabeçote do motor 1.6 SCe (Smart Control Efficiency), lançado no final de 2016, e a de alta pressão para produção dos blocos. A previsão é que a nova fábrica gere 150 empregos diretos em três turnos.
A Curitiba Injeção de Alumínio será a quarta planta industrial do Complexo Ayrton Senna. O espaço, localizado em São José dos Pinhais, já possui uma fábrica de automóveis, chamada de CVP, uma planta para produção de comerciais leves (CVU) e uma fábrica de motores (CMO). A área total do complexo é de 2,5 milhões de metros quadrados.
Ampliação
Além da nova fábrica, a Renault vai ampliar a CMO, sua planta para fabricação de motores. A ampliação inclui a construção de novas linhas de usinagem de blocos e cabeçotes em alumínio e virabrequim em aço, utilizados nos motores 1.6 SCe. As obras custarão R$ 400 milhões.
A empresa explica, em nota enviada à imprensa, que o sucesso dos motores 1.0 SCe e 1.6 SCe, lançados no final de 2016, motivou a montadora a ampliar a fábrica de motores. A unidade já produziu 3,5 milhões de motores desde 2001 (quando foi inaugurada), com cerca de 40% do total destinado à exportação.
O presidente da Renault Brasil, Luiz Pedrucci, afirma em nota que “a inauguração da CIA e a ampliação da CMO irão aumentar a nossa competitividade e o índice de produção local”.
Exportação
A explicação para os investimentos, mesmo em um período de crise, está no aumento das exportações da Renault. Em 2016, a empresa exportou 35% de toda a sua produção feita no Paraná. Já no primeiro semestre deste ano, as exportações cresceram ainda mais e acumularam alta de 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em 2016, a Renault fabricou 126,5 mil automóveis e 22,4 mil comerciais leves. Já nos seis primeiros meses deste ano, a montadora produziu 64,4 mil automóveis e quase 9 mil comerciais leves. A empresa conta com 6 mil funcionários diretos.
*Matéria atualizada às 21h15