Um cartão de crédito que devolve parte do dinheiro que você gasta. Essa é a proposta da Trigg, a nova empresa de tecnologia que estreou no mercado neste ano para concorrer com o Nubank e outras companhias que oferecem cartão de crédito digital. O objetivo é encerrar o ano com 50 mil cartões ativos e lançar, no ano que vem, novos serviços financeiros, como conta digital e opções de investimento.
A Trigg oferece um cartão de crédito da bandeira Visa Gold Internacional gerido através de um aplicativo. A empresa cobra anuidade de R$ 118,80, valor que é parcelado em 12 vezes de R$ 9,90, com isenção de cobrança nos três primeiros meses de uso do cartão. Todo o processo de solicitação, envio de documentos e gestão é feito através do aplicativo.
Cashback é o seu grande diferencial
O diferencial da Trigg em relação a alguns dos seus concorrentes está no modelo de cashback. A cada compra que o usuário faz, uma parcela do valor retorna na forma de crédito para abater na hora do pagamento da fatura. A porcentagem de retorno varia de 0,5% a 1,3%, dependendo do volume de gasto mensal do cliente.
A Trigg afirma que quem gasta R$ 1,4 mil por mês já consegue crédito suficiente para abater o valor da anuidade. Já quem gasta acima de R$ 1,4 mil, consegue abater o valor da anuidade e ainda terá crédito sobrando para descontar do valor final de cada fatura.
Por exemplo: quem gasta R$ 1, 4 mil por mês, tem taxa de cashback de 0,70%. Com isso, recebe R$ 9,80 para descontar da fatura no fim no mês, dinheiro praticamente suficiente para pagar a anuidade, que é de R$ 9,90 por mês. Quem gasta R$ 3 mil em um mês, tem taxa de cashback de 1% e recebe R$ 30 de crédito. Já quem mais de R$ 5 mil, tem cashback de 1,3% e recebe R$ 65 de crédito para abater na fatura. Uma calculadora está disponível no site da empresa.
A Trigg deixa de ser interessante para quem gasta menos de R$ 1,4 mil, pois o cliente não vai conseguir reverter todo o custo da anuidade e há opções gratuitas de cartão de crédito no mercado. Para quem gasta valores muito altos, a Trigg também pode não ser interessante, já que o limite máximo da taxa de cashback é de 1,3% , independente se você gasta R$ 5 mil ou R$ 30 mil.
Essas questões, porém, não são vistas como um problema por Marcela Miranda, sócia-fundadora da fintech. Ela explica que a proposta é justamente ocupar a faixa de clientes que gastam valores intermediários no cartão de crédito e que estão em busca de um benefício em dinheiro.
Outros benefícios
A empresa também oferece outros benefícios para atrair mais clientes. Um deles foi anunciado na quarta-feira (18), uma pulseira de pagamentos que usa tecnologia NFC (Near Field Communication). Basta o cliente aproximar a pulseira perto de uma maquininha compatível e digitar a sua senha fazer o pagamento. A pulseira custa R$ 49,90.
Outros benefícios são o saque parcelado, em que é possível sacar dinheiro e pagar parcelado no próprio cartão de crédito, sob uma taxa de juros, e o cartão virtual, para fazer compras on-line enquanto o cartão físico não chega.
Planos para o futuro
A empresa já recebeu 326 mil solicitações para ter seu cartão e quer chegar, até o fim deste ano, a 50 mil cartões ativos. Outro objetivo ainda para 2017 é oferecer um serviço de seguro.
Já para o ano que vem, está em estudo a possibilidade de entrar nos segmento de conta corrente digital e aplicações financeiras. “O Omni comprou o Banco Pecúnia neste ano. Então, a gente já pode virar um banco digital, se quisermos”, afirma Marcela Miranda.
Como começou
A Trigg começou a ser desenhada há três anos, junto com o “boom” das fitnechs nos Estados Unidos. Os três sócios da empresa, que já tinham outras empresas que atuavam com tecnologia e marketing nos setores de mídia e seguros, decidiram entrar também no segmento de soluções financeiras digitais.
Depois de dois anos de pesquisa, eles lançaram em março a Trigg, que tem como parceira, sócia e investidora a Omni Soluções Financeiras. É a Omni quem é credenciada junto ao Banco Central como instituição financeira e quem cuida de toda a parte regulatória e de compliance para a Trigg. Já a fintech fica responsável pela tecnologia, desenvolvimento de novos produtos e marketing.
A Trigg foi fundada com capital próprio dos três sócios fundadores e também da Omni Soluções Financeiras. Suas principais formas de monetização são taxa de câmbio (porcentagem descontada do lojista que fica para a Trigg a cada compra feita), tarifas e juros cobrados de quem usa serviços extras do cartão (saque, parcelamento, etc.) e anuidade.
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